domingo, fevereiro 05, 2006

Capítulo 1

Liliane e Samuel

Esta história não se passará agora, mas daqui a alguns anos... ano de 2015.

- Estou tão entusiasmada, mãe! Vamos ver um museu sobre o século XX. – entusiasmou-se a Liliane.
- Não te entusiasmes demais, ainda ficas desiludida. – aconselhou a mãe, a Sr.ª Carina.
- Até logo, mãe. – desejou a Liliane.
- Até logo. – correspondeu a Sr.ª Carina.
Liliane Pereira era uma rapariga portuguesa de 13 anos com cabelos longos castanhos e lisos e olhos azuis.
Ela desceu de elevador até ao rés-do-chão. Pegou na sua Fastbike, (parecida com uma trotineta, mas a Fastbike tem um motor muito potente, o que nos permite esvoaçar. E como o nome indica, a Fastbike é muito rápida, podendo atingir velocidades de 240 km/h).
Chegou à escola, tocou num botão encarnado da Fastbike, para esta se transformar numa simples esferográfica.
Foi para a aula de Área de Projecto na sala 230. Liliane foi para a sala numas escadas rolantes.
A porta tinha uma ranhura, onde para entrar, tinha que se passar um cartão onde continha dados pessoais. A porta ao reconhecer estes dados, abria-se automaticamente.
- Como já devem saber, hoje vamos fazer uma visita de estudo a um museu sobre o século XX, porque estamos a trabalhar como tema de Área de Projecto: “O Século XX”. – disse a professora Mitra.
- Vão encontrar coisas que já não se usam no dia a dia; outras que foram aperfeiçoadas... vai ser muito divertido! – acrescentou a professora Máxima.
Desceram as escadas rolantes e esperaram pela avioneta que os ia transportar para o museu.
A avioneta aterrou e os alunos entraram no avião.
Passados 10 minutos, chegaram ao museu.
- O que é isto? – perguntou a Camila.
- É um telefone. – respondeu o guia do museu. – Servia para telefonar para as pessoas.
- Agora usámos o telemóvel. – objectou a Camila.
- No século XX, também. Já haviam telemóveis que tiravam fotografias, filmavam, mandavam MMS, tinham Internet, enfim... mas não eram tão bons como os nossos. – deu a sua opinião, o guia do museu.
Viram os telemóveis, a televisão, os computadores, as aparelhagens de música, leitores de DVD, game boys, consolas, vídeos, jogos, etc.
- Olhem, é tão parecida com a Fastbike! – surpreendeu-se a Liliane.
- É uma trotineta. Os miúdos usavam-na para fins de lazer, não como transporte, como as vossas Fastbikes.
- Também se transformavam em esferográficas? – perguntou a Liliane.
- Não. – respondeu o guia.
- Mas assim eram roubadas...
Acabaram a visita de estudo e foram para a avioneta todos entusiasmados.
- Como deveria ser difícil a vida dos miúdos no século XX! – suspirou o Marco.
Depois das aulas, Liliane foi para casa na sua Fastbike.
Fez os trabalhos de casa e Margot (o seu robot doméstico) preparou-lhe o lanche.
Liliane foi à Internet pesquisar coisas sem grande importância, viu e mandou e-mails e foi para um chat conversar.

ü

Samuel Sousa, estava sentado no chão do seu quintal, a pensar na vida. É verdade que os jovens de 12 anos não pensam muito no futuro, mas para este moçambicano, a vida não era fácil.
Moçambique ainda era um país do 3º Mundo. Ai, como gostava de viver numa cidade cheia de tecnologia avançada, alegria e cores florescentes e garridas.
Mesmo assim, apesar de Moçambique ser um país do 3º Mundo, era o único país que ele conhecia; era o país que o havia acolhido; foi o país onde ele nasceu... por isso mesmo, Samuel amava Moçambique.
Samuel tinha cabelos castanhos curtos e encaracolados e olhos castanhos.
- Samuel, anda p’ra dentro. – chamou a mãe, a Sr.ª Amina.
Samuel foi para dentro de casa.
- Já sabes como é o teu pai. Vai trabalhar lá na construção do novo hospital. Quando ele souber que andas para aí, especado, vai-te dar uma carga de porrada. – avisou a Sr.ª Amina.
- Tens razão, mãe. Vou trabalhar. – disse, tristemente, o Samuel.

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