domingo, janeiro 15, 2006

Pequenos Grandes Heróis - O Mistério dos Vampiros da Roménia (2º volume da colecção)

Os Pequenos Grandes Heróis terão que viajar até à Transilvânia, Roménia para desvendar o próximo mistério!
Um grupo de vampiros que se levantam das campas sedentos de sangue e poderes sobrenaturais juntam-se para aterrorizar a pequena cidade do Leste da Europa.
Mas os pequenos Grandes Heróis chegaram para ajudar, mas não vai ser nada fácil.
Samuel, Jimmy, Alan e Doug foram raptados pelos vampiros que ameaçam matá-los. Liliane vai ser mordida por um vampiro e corre o risco de se tornar numa vampira. Num desafio contra o tempo, Pui-li vai ter com uma curandeira, a sua única esperança.
Uma história repleta de mistérios místicos e fenómenos paranormais, onde só o tempo, os costumes e tradições os poderão salvar.
Não percas!!!

Capítulo 1

Mais um caso para resolver

O inspector Hugo Faria encontrava-se a folhear as notícias do jornal “Jornal de Notícias”. Notícias de debates políticos, resultados de jogos de futebol, críticas, reportagens, entrevistas, notícias sobre acidentes, informações sobre a economia, etc. Só uma notícia da primeira página o alarmou: aparentes casos de vampirismo na Transilvânia.
Encontrava-se a ler com horror a notícia, quando recebeu um telefonema do inspector chefe Mendonça Soares.
Hugo foi apanhado de surpresa e quase tombou da cadeira.
- Oi! – saudou ele. – Quem fala?
- Inspector Hugo Faria! Sou eu, o inspector chefe Mendonça Soares. – respondeu ele.
- Sim... o que deseja? – perguntou o Hugo.
- Espero que o senhor tenha lido a notícia dos casos de vampirismo na Transilvânia. – É que eu quero que os Pequenos Grandes Heróis resolvam esse mistério... – respondeu Mendonça Soares.
- Li sim, mas são casos paranormais... Acha que a nossa patrulha está preparada para isso? – interrompeu o Hugo.
- Olhe!Eles apesar de se dizerem «vampiros», eles são criminosos apesar de tudo. Matam, estupram, roubam... – tentou fazer ver, o Mendonça Soares.
- ‘Tá bem! – exclamou o Hugo. – Depois ligo a eles.
- Assim, ‘tá bom! Então, adeus! – despediu-se o Mendonça Soares.
- Adeus! – despediu-se o Hugo.


Jimmy encontrava-se no computador a tentar fazer a sua nova invenção: o jogo de computador em 3D mais fixe à face da Terra e o que mais parecia real.
Estava todo entretido no seu jogo que nem ouviu o telefone tocar.
Passado dez minutos, Jimmy foi abrir a janela do quarto para ver a rua, pois já estavam a preparar-se para o Halloween. As ruas estavam a ser limpas, a relva dos espaços verdes estava a ser cortada, estavam a colocar posters de publicidade a bailes de Halloween. As lojas de fantasia estavam abertas e todos iam lá comprar máscaras, disfarces, acessórios de maquilhagem e velas e nos supermercados estavam a vendar abóboras gigantes que em breve se tornariam em horríveis lanternas com olhos, nariz e boca que brilham no escuro pondo uma vela no seu interior.
Todos os anos, Jimmy vislumbrava esta cena magnífica que lhe dava prazer. Na verdade, nunca saiu na noite de Halloween, não por medo, mas sim por preferir estar em frente ao computador. Via as crianças a correr de porta em porta a pedir doces, jovens mascarados dirigiam-se aos bailes e idosos a contarem histórias de terror aos netos e a outros que quisessem ouvir, à luz das velas. Jimmy lembrou-se que já não havia adultos nem idosos e ficou um pouco triste.
Na verdade, não se lembrava dos seus pais.
Um toque de telefone ecoou no ar, despertando-o para a realidade.
- Estou? – perguntou o Jimmy.
- Sou o inspector Hugo Faria. – respondeu o Hugo.
- O que deseja? – questionou o Jimmy.
- Vocês vão resolver mais um mistério. Na Transilvânia estão a acontecer casos estranhos de vampirismo. – respondeu o Hugo.
- A sério? Como é que vamos resolver isso? – inquiriu o Jimmy.
- Ouçam bem os habitantes locais e saberão a resposta. – disse o Hugo. – Adeus, que eu tenho de informar os outros.
- Adeus. – despediu-se o Jimmy.


Alan estava a andar de trenó, quando Hanna o chamou:
- Alan, o inspector Hugo Faria quer fala contigo...
Alan foi a correr para a cabana.
- O quê? Vampiros?
- Sim. Não se preocupe. – tentou acalmar, o Hugo.
- Está bem, está bem... onde é isso?
- Na Transilvânia, Roménia. – respondeu o Hugo.
- Então, adeus!
- Adeus. – despediu-se o Hugo.



Quando Hugo ligou para Samuel, este estava a arranjar a perna de uma cadeira de um vizinho que estava partida.
Samuel atendeu o telemóvel e ficou indignado com o mistério que tinham de resolver, mas pensou pelo lado positivo: ia viajar para a Europa!



Pui-li estava a acariciar o Taichi e a Izumi, os seus cães, quando Hugo lhe ligou. Pui-li foi o único que gostou do caso, sempre gostou de coisas místicas e agora iria resolver um!



Liliane estava num desfile de moda no Porto, por isso não ouviu o telemóvel, pois este encontrava-se nos camarotes. Quando acabou o desfile, Liliane viu no seu telemóvel uma chamada não atendida e resolveu telefonar para o Hugo. Quando este lhe contou a novidade, ela quase desmaiou. Já não faltava uns mutantes e estar perdida na selva em frente a leões, agora vampiros!? Estava a ser longe de mais, mas resolveu aceitar, para não fazer papel de medricas.



Doug resolveu gastar o dinheiro extra e viajou até ao Algarve.
O estilo de vida do Sul de Portugal, não era muito diferente da da Austrália.
Ia beber coktails a bares e ia todos os dias surfar na praia com areia fina e muito branca e mar azul.
Estava a surfar e Sean, um amigo de Doug foi tentar chamá-lo.
Doug ficou aborrecido, mas atendeu o telemóvel. Doug ficou perplexo com a novidade. Vampiros? Isso era coisa que não existia!

Capítulo 2

Contos sobre vampiros


Os Pequenos Grandes Heróis dirigiram-se para o avião particular que os esperava para viajarem para a Roménia.
Quando lá chegaram, quiseram logo conhecer o país. Viram o edifício da Casa da Imprensa, a Casa Branca, o castelo Peles, passaram por Sighisoara, por Kirtsch, pela praça de Sibu, viram igrejas ortodoxas, o “Cemitério Feliz” em Sapinta. Mas o que os impressionou mais foi o castelo do Conde Drácula.
- Este lugar é tão místico! – surpreendeu-se o Pui-li.
- Estou muito cansada, é melhor irmos para o hotel e irmos descansar. – sugeriu a Liliane.
Foram para o hotel, onde comeram uma bela refeição.
- Aqui, no hotel, costumamos contar histórias de vampiros depois do jantar. – informou um dos empregados.
- Conte, conte. – pediu o Pui-li, entusiasmado.
- Vampirismo: a definição comum nos dicionários, serve como referência para a investigação: vampiro é um cadáver reavivado que levanta do túmulo para sugar o sangue dos vivos e assim reter a aparência da vida. Essa descrição certamente se adapta a Drácula, o vampiro mais famoso, mas é apenas um ponto de partida e rapidamente se prova inadequada quando nos aproximamos do reinado do folclore vampírico. De modo algum todos os vampiros se encaixam nessa descrição.
Por exemplo, embora o assunto quase sempre leve à discussão sobre a morte, nem todos os vampiros são corpos ressuscitados. Inúmeros deles são espíritos demoníacos desencarnados. Nessa ordem de ideias estão os numerosos vampiros e demónios vampíricos da mitologia indígena e os lamiai da Grécia. Os vampiros também podem aparecer como o espírito desencarnado de um morto que retém uma existência substancial; como no relato de muitos fantasmas, esses vampiros podem ser confundidos com um cadáver totalmente encarnado. Da mesma forma, no contexto literário secular moderno, os vampiros às vezes emergem como uma espécie diferente de vida inteligente (possivelmente do espaço sideral ou produto de mutação genética) ou ainda como seres humanos normais que têm um hábito em comum (como beber sangue) ou um poder extraordinário (com a possibilidade de "drenar" as pessoas emocionalmente). Os animais vampiros, do tradicional morcego aos deliciosos personagens infantis como Bunnicula e Conde Drackula, não estão de forma alguma ausentes da literatura. Portanto, os vampiros existem em numerosas formas, embora a grande maioria seja de mortos que ressuscitam.
Conforme é do conhecimento geral, a característica compartilhada por todas essas diferentes entidades vampíricas é sua necessidade de sangue, que retiram de seres humanos e de animais. Uma multidão de criaturas do mundo da mitologia tem sido chamada de vampiro na literatura popular simplesmente porque sugar o sangue periodicamente era um de seus muitos atributos. Todavia, quando consideramos o espectro total dos vampiros, a aparente definição comum cai por terra ou deve ser pelo menos consideravelmente suplementada. Alguns vampiros não tomam sangue, pelo contrário, roubam da vítima o que se julga ser sua força vital. A pessoa atacada por um vampiro tradicional sofre pela perda de sangue, o que causa uma série de sintomas: fadiga, perda de cor no rosto, apatia, motivação esvaziada e fraqueza. Várias condições que não envolvem perda de sangue também apresentam esses mesmos sintomas. Por exemplo, se não controlada, a tuberculose é uma doença que depaupera o organismo e é parecida com as tradicionais descrições resultantes do ataque do vampiro.
Os escritores românticos do século XIX e os ocultistas sugeriram que o vampirismo envolvia a perda de força psíquica para o vampiro e escreveram sobre relacionamentos psíquicos que pouco tinham a ver com a troca de sangue. O próprio Drácula citou a Bíblia ao afirmar que "sangue é vida". Portanto, não é necessariamente o sangue que o vampiro procura, mas a energia psíquica, ou a "força vital" que, acredita-se, que é levada por ele. A metáfora do psiquismo vampírico pode ser facilmente estendida para abranger vários relacionamentos nos quais uma pessoa rouba da outra elementos essenciais à vida, assim como governantes minam a força dos povos que dominam.
No outro extremo, alguns vampiros "modernos" são simplesmente bebedores de sangue. Eles não atacam nem drenam suas vítimas mas conseguem sangue de várias maneiras legais (como, por exemplo, localizando um doador voluntário ou as fontes de um banco de sangue). Nesses casos, o consumo de sangue tem pouco a ver com qualquer relacionamento contínuo com a fonte do sangue. Este, como os alimentos, é simplesmente consumido. Muitas vezes os vampiros modernos ainda dizem conseguir um alto-astral psicológico ou sexual ao beber sangue. – explicou o empregado.
- Ao longo dos tempos o mito dos vampiros atormentou em coes inteiras causando histerias incontroláveis e tirando o sono de muitas pessoas. Alguns relatos de vampiros reais permanecem até hoje sem explicação, mas, sendo criaturas sem sua existência cientificamente comprovada, as explicações mais lógicas estão ligadas a ''hematomania'', que é uma perturbação psicológica que causa fetiche de sangue. Presume-se que as pessoas que sofrem desta doença obtém o sangue por meio legal, mas alguns apelam para o crime. Entre essas pessoas podemos citar a Condessa Elizabeth Bathory (1560-1614), que matou mais de 600 pessoas para obtenção de sangue, o Marquês de Sade, Gilles de Rais, François Bertrand (1824-1849), Fritz Haarmann (1879-1924), Peter Kurten (1883-1931) e muitos outros também muito conhecidos. A lista abaixo se refere a assassinos cujos crimes podem ser classificados como vampíricos:Assassinatos Suspeitos:
1861 - Martin Dumollard de Montuel, França, foi sentenciado à morte por matar meninas para beber seu sangue.
1872 - Vicenzo Verzeni de Bottanauco, Itália, foi sentenciado a prisão perpétua depois de confessar-se culpado por dois assassinatos e quatro tentativas e que beber o sangue das vítimas lhe dava satisfação.
1897 - Joseph Varcher de Bourg, França, foi executado por matar doze pessoas das quais bebia o sangue através de mordidas no pescoço.
1916 - Após uma notificação de que Bela Kiss, Hungria, havia morrido na 1.a Guerra Mundial, seus vizinhos fizeram uma busca em sua propriedade e encontraram 31 corpos, todos estrangulados, com feridas no pescoço e o sangue drenado.
1920 - O nobre da Rússia Pós-Revolucionária, Barão Roman von Sternberg-Ungern, bebia sangue ocasionalmente, pois acreditava que era a reencarnação de Genghis Khan. Por esse e outros motivos foi executado.
1947 - Elizabeth Short, EUA, foi assassinada e teve seu corpo desmembrado. Constatou-se que seu sangue havia sido drenado.
1952 - Estelita Forencio de Pacce, Filipinas, mordeu várias pessoas sugando o sangue através da ferida. Ela foi detida e disse ter adquirido esses hábitos de seu marido e sofria essas crises regularmente.
1959 - Salvatore Agron de 16 anos, EUA, foi executado por vários assassinatos que cometeu durante a noite vestido como um vampiro estilizado por Bela Lugosi. Em seu julgamento alegou ser vampiro.
1960 - Florencio Roque Fernandes, Argentina, foi preso após o relato de mulheres dizendo que ele invadia seus quartos, mordendo-as e bebendo o sangue do ferimento.
1963 - Alfred Kaser, Alemanha, foi julgado por ter matado um menino de 10 anos, que esfaqueou e logo após bebeu o sangue.
1969 - Stanislav Modzieliewski, Polónia, foi condenado por sete assassinatos e seis tentativas. Em seu julgamento confessou achar o sangue delicioso.
1971 - Wayne Boden foi preso por uma série de assassinatos onde a vítima era algemada, violada e depois mordida no seio para beber seu sangue.
1973 - Kuno Hoffman, Alemanha, foi condenado a prisão perpétua após confessar ter matado e bebido o sangue de duas pessoas e violado vários túmulos para obtenção de sangue.
1979 - Richard Cottingham foi preso por violar, esfaquear e beber sangue de uma prostituta. Foi descoberto após ter matado várias mulheres e ter bebido sangue de quase todas.
1980 - James P. Riva matou sua avó a tiros e bebeu seu sangue. Segundo ele, foi induzido por uma voz de um vampiro que lhe dizia o que fazer.
1982 - Julian Koltun, Polónia, condenado à morte por violar sete mulheres e beber uma grande quantidade de seu sangue, duas acabaram por morrer.
1984 - Renato Antonio Cirilli foi julgado por morder e violar mais de 40 mulheres.
1985 - John Crutchley foi preso pela violação de uma mulher que aprisionou e bebeu o sangue. Mais tarde constatou-se que ele vinha bebendo o sangue de doadores complacentes há anos.
1987 - Num parque de San Francisco um homem que praticava cooper foi sequestrado e mantido num furgão por uma hora, enquanto um homem bebia seu sangue.
1988 - Uma mulher em Londres, durante um verão, levava suas vítimas para casa e os sedava, quando inconscientes, ela cortava seus pulsos e bebia o sangue. Presume-se que isso aconteceu no mínimo a seis homens. A mulher nunca foi detida.
1991 - Marcelo de Andrade, Rio de Janeiro, matou 11 crianças, bebendo seu sangue e comendo parte de suas carnes.
1991 - Tracy Wigginton, Austrália, foi condenada por esfaquear e beber o sangue de uma mulher, causando-lhe a morte. Como lésbica, Tracy declarou que bebia o sangue de suas parceiras normalmente.
1992 - Andrei Chikatilo, Rostov, Rússia, foi condenado à morte após confessar o assassinato de 55 pessoas que ele ''vampirizou'' e canibalizou.
1992 - Deborah Joan Finch foi julgada pelo assassinato de um vizinho, que esfaqueou 27 vezes para beber o sangue que saía dos ferimentos.

- Mas que horror! – exclamou a Liliane, cheia de medo.
Quando acabaram as histórias sobre vampiros, foram deitar-se.
Por volta da meia-noite, Liliane ouviu um uivo de um lobo e ficou cheia de medo.
De seguida, sentiu uma presença no quarto e viu uma sombra atrás da cortina. Foi espreitar, mas não viu nada.

Capítulo 3

Informações

Liliane não conseguiu de deixar de pensar no que acontecera e ficou cheia de medo.
No dia seguinte, Liliane contou tudo aos seus colegas.
- Acho que isso foi um pesadelo. – opinou o Samuel.
- Não foi nada, eu estava acordada. – protestou a Liliane.
- Então era um vampiro pronto para te atacar! – brincou o Doug.
- Estúpido! – ripostou a Liliane.
- Só se fores tu. – respondeu o Doug.
Liliane calou-se, ofendida.
Estavam todos a tomar o pequeno-almoço: uma sobremesa típica da Roménia: “Frutos Silvestres Romanov”, quando o Jimmy que estava na Internet, os aclamou:
- Venham ver esta notícia!
Todos leram a notícia com horror, pois tratava-se de mais uma crise vampírica.
Hugo telefonou para Jimmy informando-o dessa tal notícia, mas ele já estava informado.
- Vocês têm de actuar rapidamente! – ordenou o Hugo.
- Vamos ter de nos informar sobre os vampiros. – desabafou o Samuel.
- ‘Bora lá, perguntar à vizinhança? – perguntou o Pui-li.
- Vamos. – respondeu o Doug.
Pegaram no jipe e passearam pelas ruas da Transilvânia. As ruas estavam desertas, toda a gente refugiava-se nas suas casas. E o mais estranho de tudo é que até as lojas de mercado local também estavam fechadas. Ficaram todos admiradíssimos com o receio da população face aos vampiros.
Estavam quase a desistir, quando viram uma rapariga com cerca de doze anos a benzer a porta de sua casa com alho.
- Desculpe, mas podia dar-nos umas informações? – questionou o Samuel.
- Sobre o quê, concretamente? – espantou-se a rapariga.
- Sobre os vampiros. – respondeu o Samuel.
- Desculpe, mas eu tenho de ir para casa. – desculpou-se a rapariga. – Ainda não viram as notícias? Os vampiros estão a atacar a cidade!
- Mas nós viemos para ajudar. – disse o Samuel. – Nós somos uma espécie de “Caçadores de Vampiros”.
- Então, entre, se faz favor. – disse a rapariga.
Depois de se instalarem, a rapariga apresentou-se:
- Chamo-me Rosabel.
Os Pequenos Grandes Heróis apresentaram-se.
- Então, fale-nos sobre os vampiros. – pediu o Samuel.
- Os vampiros da Roménia denominam-se de strigoi se for macho ou strigoaica se for fêmea. Esses vampiros dormem de dia e voam à noite. Podem ter a aparência de lobo, de cão ou de pássaro e chupam o sangue de crianças adormecidas. A fêmea é mais perigosa que o macho, pois ela pode destruir casamentos e colheitas, impedir as vacas de darem leite, provocar doenças fatais e a morte. Aqui na Roménia, nós benzemos as portas de casa, estábulos e ovelhas com alho, fazendo uma cruz. – explicou a Rosabel.
- E como podemos saber que uma pessoa é um vampiro e como acabar com ela? – quis saber o Pui-li.
- Normalmente, os vampiros são muito brancos, vestem-se impecavelmente mas com manchas de sangue nas camisas brancas. Têm pêlos na zona inferior das mãos e mau hálito. – respondeu a Rosabel. - Para acabar com eles é preciso trespassar-lhes com uma estaca no coração ou decapitar-lhes.
- Pois, o pior é como vamos fazer isso! – suspirou o Pui-li.
- Muito obrigado, pela sua ajuda! – agradeceu o Samuel. – Vamos andando, desculpe pelo incómodo.
- Não querem ficar aqui mais um bocado e aproveitam para comer a torta de cogumelos que eu fiz? – sugeriu a Rosabel.
- Pode ser. – respondeu o Samuel.
Sentaram-se à mesa e comeram a torta de cogumelos e beberam chá preto.
- Estava tudo divinal! – elogiaram todos.
- Obrigada! – agradeceu a Rosabel.
Os Pequenos Grandes Heróis saíram de casa da Rosabel, mas Liliane resolveu colocar-lhe uma última questão:
- Os vampiros visitam-nos de noite nos nossos quartos?
- Sim. Fazem isso para poderem morder a vítima, sugando o seu sangue até à morte, quando esta está a dormir, pois as vítimas não sentem que estão a ser mordidas. Geralmente, os vampiros, costumam violar as vítimas. – respondeu a Rosabel.
Liliane ficou sem pinga de sangue. Será que a sombra que tinha vislumbrado na noite anterior seria um vampiro pronto para lhe sugar o sangue?
Foi com tal horribilidade e espanto, que Jimmy os informou que houvera mais um ataque vampírico, desta vez a vítima era uma rapariga que tinha sido gravemente espancada, violada, mutilada e drenada.

Capítulo 4

Pistas misteriosas

Quando saíram de casa de Rosabel, era quase hora de jantar, portanto resolveram dirigir-se para o hotel.
Quando lá chegaram, foi-lhes servido Romãs à Júlio César e Bolo Romeno.
Toda a gente evitava falar sobre vampiros, pois era um mito em que acreditavam e que lhes metia muito medo.
Foram-se deitar. Liliane tinha medo de dormir sozinha, mas para não se fazer de fraca e para não ter de dormir com um rapaz, lá se foi deitar.
Liliane não conseguiu adormecer a noite toda, à espera daquela sombra. Mas desta vez, ela não apareceu. Será que foi por ela estar acordada? Ou será que a tal sombra tinha sido produto da sua imaginação?
No dia seguinte, Liliane levantou-se muito cansada e cheia de olheiras.
- Não dormiste a noite passada, Liliane? – questionou o Doug, meio divertido. – Foi por causa da sombra? E já agora... ela apareceu?
- Não sejas parvo, Doug. – ripostou a Liliane, ofendida. – Hoje ela não apareceu. Mas garanto que a vi ontem, não estava a dormir!
Doug riu-se. Depois, Jimmy e Pui-li, juntaram-se-lhe à gargalhada.
- Vocês são tão estúpidos! – exclamou a Liliane. – Vocês acham que eu estou a alucinar, não é verdade?
- Exacto. – respondeu o Jimmy.
- Acho que ela tem razão. – balbuciou o Pui-li.
Jimmy e Doug, olharam-no perplexos. Liliane ficou admirada pelo seu comportamento, mas depressa se desiludiu:
- O que ela viu foi um vampiro sedento de sangue e de sexo!!! – gozou ele.
- Parvo! – ripostou ela. – Estou farta de vocês. Não acreditam em mim! Vou mas é fazer umas compras!
Liliane vestiu uma roupa muito elegante, (como sempre), e foi para o shopping.
Liliane estranhou o shopping estar tão vazio e aproveitou para ver coisas e comprar roupa com mais calma. Normalmente, quando se irritava, Liliane ia ao shopping para aliviar a tensão. E conseguira fazê-lo até agora.
Não havia muitas lojas, mas quase todas eram-lhe desconhecidas. Aproveitou para comprar umas roupas novas e umas bijuterias e outros objectos de adorno, que se encontravam a preços muito convidativos.
Uma pequena loja, despertou-lhe a atenção. Entrou e o toque de aviso de entrada e saída de pessoas foi ouvido. Liliane viu muitas lembranças da Roménia para turistas. Aproveitou para comprar uma réplica de um vampiro.
Quando se preparava para sair, algo lhe captou a atenção: um rapaz queria entrar no shopping, mas as portas automáticas não se abriam. O rapaz batia à porta, mas em vão, a porta não se abria. Liliane e as outras pessoas pensaram que a porta estava avariada, mas quando uma menina se dirigiu à porta, esta abriu-se e fechou-se à sua passagem. O rapaz tentou fazer o mesmo, mas a porta não se abria. Então, um segurança teve uma ideia: o rapaz entraria no shopping, juntamente com outra pessoa. E assim foi feito. O rapaz conseguiu entrar.
O tal rapaz, dirigiu-se à loja de lembranças e o toque de aviso de entrada ou saída de pessoas não se ouvira.
- Mas que estranho! Primeiro, as portas automáticas não se abrem! Segundo, o toque de aviso de entrada ou saída de pessoas da loja não soou! – espantou-se a Liliane. – Será que este rapaz não existe?!
Liliane preparava-se para sair, quando ouve gritos na rua.
Uma rapariga de nove anos encontrara uma rapariga de dezasseis, com o sangue drenado e com os braços mutilados.
Liliane conseguiu visualizar o corpo e quase que ia vomitando.
Liliane pegou no jipe e dirigiu-se apressadamente para o hotel e contar tudo o que tinha visto no shopping e na rua aos rapazes.
Quando Liliane lhes contou a história, eles nem queriam acreditar.
- Deve ter sido esse rapaz quem a matou. – observou o Alan.
- Achas? – inquiriu a Liliane.
- Sim. Ele não existe, praticamente. – respondeu o Alan. – Lembras-te da cara dele?
- Sim. Tinha olhos castanhos e cabelos curtos e pretos. – respondeu a Liliane.
- Era pálido? – questionou o Alan.
- Não, por acaso era bastante moreno. – desdisse a Liliane.
- Então não deve ser um vampiro. – opinou o Alan.
- Os vampiros não existem. – disse o Jimmy. – Portanto, tudo o que está a acontecer, são pessoas a cometer homicídios.
- Já informamos as autoridades e eles vão levantar de lá o corpo e fazer-lhe uma autópsia e descobrir a identidade da rapariga. – informou o Samuel.

Passado uma semana...

- Já vieram os resultados da autópsia! – anunciou o Samuel. – A rapariga morreu porque todo o seu sangue foi drenado e foi diagnosticada duas perfurações no pescoço da vítima.
- Um verdadeiro vampiro! – exclamou a Liliane.

Os dias foram-se passando e tudo começou aos poucos a voltar à normalidade, pois os actos vampirescos haviam terminado.
Mas agora, ninguém queria saber de vampiros, mas sim no Parque de Diversões Fantasmagóricas que abriria no Halloween. Todos estavam entusiasmados com os bailes e festas que se erguerão no Dia das Bruxas.
Os Pequenos Grandes Heróis tinham combinado que iriam visitar a Feira Popular e iriam ao Baile de Máscaras.
Passaram todo o dia nas compras, porque compravam um de cada vez, pois os fatos iriam ser surpresa.
Nessa noite, Liliane só pensava na festa do Dia das Bruxas e não na misteriosa sombra, e adormeceu profundamente.
No outro dia acordara bem disposta, mas deparou com horror que a sua almofada e os seus lençóis estavam cheios de... sangue!

Capítulo 5

Donde vem o sangue?

Liliane não entrou em pânico, pois chegou a pensar tratar-se da menstruação ou de uma partida por parte dos rapazes.
Liliane examinou as cuecas, mas ainda não havia menstruado, então pensou que tudo isto não passara de uma partida feita pelos rapazes.
- Meninos, isto não teve graça nenhuma! – zangou-se ela.
Os rapazes olharam para ela, perplexos.
- Do que é que estás a falar, Liliane? – admiraram-se eles.
- Pensam que eu sou tola, não é? Sei muito bem que foram vocês que sujaram os meus lençóis com ketchup, ou com outra coisa qualquer a fazer de sangue. – irritou-se a Liliane.
- Liliane, nós continuamos a não perceber nada...
- Eu sei que vocês queriam assustar-me, mas não conseguiram. Portanto, quem fez isto que assuma as suas responsabilidades, ou... vão ter que se haver comigo, pois eu garanto que vou descobrir quem o fez e não vai ser nada bonito. Portanto, quem é que manchou os lençóis? – quis saber a Liliane.
- Podemos ver os lençóis? – pediu o Alan.
Liliane estendeu-lhe os lençóis.
- Parece sangue verdadeiro. – observou o Alan.
Todos quiseram observar.
- Então, ninguém se acusa? – espantou-se a Liliane. – Olhem que eu vou descobrir quem foi, mais cedo ou mais tarde. Olhem que vai ser pior... portanto assumam as culpas agora.
Nenhum rapaz se acusou.
- Ninguém se acusa, hein? – Liliane torceu o nariz.
- Deve ter sido a sombra, ela não apareceu? – gozou o Doug.
- Parvo! – exclamou a Liliane. – Não sei, hoje dormi como uma pedra.
- É melhor mandarmos analisar os lençóis no laboratório. – sugeriu o Samuel.
Samuel foi levar os lençóis ao laboratório e no dia seguinte, já tinha os resultados.
- Vamos ver os resultados? – inquiriu a Liliane, muito nervosa.
- Os exames comprovam que as manhas avermelhadas nos lençóis são de sangue. – respondeu o Samuel.
- Eu sabia que era sangue! – exclamou a Liliane.
- Mas donde é que vem o sangue? – questionou o Pui-li.
- Da menstruação. – respondeu o Doug.
- Não sejas parvo! Segundo as minhas contas, as minhas ovulações serão daqui a duas semanas. – disse a Liliane. – O período ainda não veio. Se tivesse vindo ontem, estava menstruada hoje.
- Então donde vem o sangue? – interrogavam-se outra vez.

Capítulo 6


A noite de Halloween



Todos estavam entusiasmados com o Dia das Bruxas, pois abriria o novo parque de diversões.
Uma fila enorme amontoava-se na entrada e os Pequenos Grandes Heróis eram apenas seis das muitas pessoas que lá estavam.
Estava escuro como breu. As únicas coisas que iluminavam a noite eram as lanternas das abóboras, os holofotes da rua e a Lua Cheia branca e muito redonda.
As ruas estavam uma animação e parecia que toda a população e turistas da Roménia estavam na inauguração do parque de diversões mais assustador do Mundo.
Passado mais ou menos uma hora à espera, os Pequenos Grandes Heróis conseguiram entrar no parque.
Realmente era sinistro.
Visitaram muitas coisas e acharam o parque de diversões muito assustador.
Liliane foi a uma barraca pedir algodão doce e deu de caras com... a Rosabel!!!
- Olá, Rosabel! Trabalhas aqui? – espantou-se a Liliane.
- Olá, Liliane! Estou a vender as minhas farturas aqui no parque e estou a fazer um bom negócio! – saudou a Rosabel.
Os rapazes foram ter com a Liliane, saudaram a Rosabel e aproveitaram para comprar umas farturas.
Enquanto todos se riam, Liliane reparou num rapaz vestido de preto e constatou que era o mesmo rapaz do shopping.
O rapaz passou pela zona de espelhos e para espanto desta, o rapaz não reflectiu a sua imagem!!!
Liliane começou a ficar assustada e pediu a todos para se irem embora.
- Tens medo, Liliane? – gozou o Doug.
- Tenho uma coisa para vos contar. – informou a Liliane.
Liliane detalhou todos os pormenores. Os rapazes quiseram saber quem era o rapaz, mas este não se encontrava por perto.
Ouviu-se gritos de socorro dentro da Casa Assombrada.
Todos começaram a fugir de medo, mas os Pequenos Grandes Heróis resolveram investigar.
Chegaram à Casa Assombrada. Estava tudo muito escuro, mas continuaram à procura. A única coisa que viram foi: uma rapariga com o crânio todo esmagado, deixando o cérebro bem à vista.
Os Pequenos Grandes Heróis não conseguiram deixar de vomitar, face àquela aberração.
Samuel foi chamar a polícia. Tentaram encontrar os presumíveis assassinos, mas não encontraram ninguém na Casa.
Pui-li consultou o relógio. Meia-noite, era a hora do baile.
- Temos de ir ao hotel mascarar-nos para irmos ao baile. – informou o Pui-li.
- Pui-li, como é que consegues pensar em bailes depois do que vimos hoje? – admirou-se a Liliane.
- Liliane, pensa comigo: se houve um assassinato no parque de diversões, pois era uma forte atracção turística, é suposto que também aconteça no baile, pois é a segunda atracção da noite. Assim, podemos descobrir quem é/são o(s) assassino(s). – raciocinou o Pui-li.
- Tens razão, Pui-li! – espantou-se a Liliane.
Foram ao hotel, mascarar-se. E cada um prometeu encontrar-se no baile a horas diferentes.
O primeiro a chegar foi o Jimmy, que estava mascarado de Frankstein. Passado quinze minutos, foi a vez de Samuel aparecer e este estava mascarado de esqueleto.
A seguir ao Samuel, foi a vez do Alan, que estava mascarado de fantasma. Depois do Alan veio o Pui-li que estava mascarado de vampiro e por último, a Liliane que se havia mascarado de bruxa.
Não havia nada de suspeito no baile de máscaras. Pessoas a dançar, a beber, a namorar...
- Agora, vamos realizar o concurso de máscaras! – anunciou uma rapariga.
Todos foram desfilar e o júri resolveu votar no Jimmy, como melhor disfarce masculino e na Liliane, como melhor disfarce feminino.
O prémio era um CD dos A-teens.
Nada parecia suspeito, mas Liliane captou o tal rapaz vestido de vampiro a falar com outro igualmente com o mesmo disfarce.
Dirigiram-se para umas escadas e subiram-nas. Liliane foi atrás deles. Eles abriram uma porta e olharam para todos os lados para se certificarem que não eram seguidos. Liliane escondeu-se no vão das escadas.
Os rapazes entraram. Liliane encostou o ouvido à porta e conseguiu ouvir:
- Precisamos de recolher mais sangue. A Colheita aproxima-se e temos de oferecer um banquete primordial ao nosso Chefe.
- Precisamos de mais vampiros...
- E de mais sangue...
- Vamos ter de fazer recolha em massa.
- Vamos fazer isso hoje?
- Sim, hoje é o dia ideal!
Liliane sentiu que iam abrir a porta e escondeu-se atrás de uma mesa.
Liliane queria avisar os amigos, mas não sabia quem eles eram...
Esperou que os vampiros descessem e saiu do esconderijo para ver a cena.
Os vampiros começaram a atacar pessoas com uma força sobrenatural, sugando-lhes o sangue.
As pessoas tentavam fugir, mas as portas estavam trancadas. Todos começaram a gritar e a atropelarem-se uns aos outros. Liliane tinha de fazer alguma coisa, era horrível ver pessoas a morrer e nada fazer. Ainda por cima estava preocupada com os colegas, será que eles ainda estavam vivos?
O que ela não sabia é que eles estavam todos reunidos lá fora e que estavam agora à sua procura.
- Onde está a Liliane? Ela não nos disse o seu disfarce, como é que vamos saber quem ela é? – interrogara o Pui-li, muito preocupado.
- Achas que os vampiros já a mataram? – perguntou o Doug.
- Doug, não sejas parvo! Não pensemos nestas coisas... Algo me diz que ela ainda está viva. – disse o Pui-li. – Vou entrar e vocês ficam aqui fora, está bem?
Anuíram todos.
Pui-li abriu a porta e as pessoas saíram desalmadamente para a rua, quase esmagando o Pui-li.
Os vampiros ficaram muito irritados e agarraram na Liliane para mordê-la.
Pui-li reconheceu os seus gritos histéricos e tentou salvá-la, mas os vampiros eram muito mais fortes. Pui-li aplicou-lhes uns valentes golpes de Karaté e eles acabaram por largar a Liliane, mas estavam dispostos a vingarem-se.
- Obrigada! – agradeceu a Liliane. – Quem és tu?
- Sou o teu herói. – respondeu o Pui-li.
Liliane deu-lhe um beijo nos lábios.
- Obrigada! – agradeceu ela, de novo.
Pui-li dirigiu-se ao jipe, onde todos o esperavam.
- Trouxeste a Liliane?
- Sim. – respondeu o Pui-li. – Quase que era mordida por um vampiro, se não fosse eu...
- Quem és tu? – perguntou a Liliane.
O Pui-li tirou a máscara.
- Pui-li?! – espantou-se a Liliane. – És mesmo um estúpido! Aproveitaste-te de mim!
- Não aproveitei nada, tu é que me beijaste... – defendeu-se o Pui-li.
Liliane sentiu-se muito envergonhada.
- Vamos para o hotel?
- Acho que não vou conseguir dormir... – suspirou a Liliane.
- Queres que eu durma contigo? – questionou o Pui-li.
- Idiota! – ripostou ela. – Nem pensar!
- Pensei que quisesses dormir com o teu herói...
- Palerma, hediondo, estúpido!... – criticou a Liliane.
Riram-se a bom rir e foram para o hotel descansar. A noite anterior era para esquecer.

Capítulo 7

Uma noite de pesadelo termina em sonho

Liliane foi deitar-se. Estava cheia de medo.
A madrugada tinha sido calma e silenciosa, quando Liliane começou a ouvir pancadas na janela.
Liliane escondeu-se debaixo dos lençóis e as pancadas continuaram.
Liliane saiu do quarto e viu rastos de sangue no chão, nas paredes e uma faca espetada na porta. Liliane gritou. Começou a ouvir vozes fantasmagóricas. Liliane foi bater à porta do quarto do Pui-li, precisava de contar isto a alguém e Pui-li tinha-lhe salvo a vida, merecia saber primeiro.
Pui-li foi abrir a porta, com o cabelo desgrenhado e cheio de sono.
- O que queres, Liliane? – perguntou a meio de um bocejo.
- Preciso de falar contigo. Estou cheia de medo! – respondeu ela.
Liliane entrou dentro do quarto e explicou tudo.
- Posso ver? – quis saber o Pui-li.
Pui-li foi examinar a faca e o sangue, com a Liliane atrás, muito assustada.
- Pui-li, és tão corajoso ! – exclamou a Liliane.
Pui-li sorriu, satisfeito com o comentário.
- Achas que os vampiros vão atacar-me outra vez? – inquiriu a Liliane.
- É o mais provável. – abonou o Pui-li.
- Tenho medo!
- Não receies, Liliane. Eu vou proteger-te. – tentou tranquilizar, o Pui-li.
- A sério?! – admirou-se a Liliane.
- Sim. – confirmou o Pui-li, dando-lhe um abraço confortante.
- Como consegues ser meu amigo, depois dos nomes que te chamei? – interrogou a Liliane.
- Eu sei que não dizes por mal, é próprio do teu carácter. – disse o Pui-li. – Queres dormir comigo? Juro que não me vou aproveitar de ti...
- Sim, eu tenho muito medo de estar sozinha... – respondeu a Liliane.
- Não estás sozinha... estás comigo. Estás com todos os membros da patrulha. – desdisse o Pui-li. – Agora acredito em ti, na sombra que viste, no sangue nos lençóis...
- Tu és o único que se preocupa comigo... – suspirou a Liliane.
- Liliane, isso não é verdade. Todos gostam de ti e estão preocupados contigo. Pode ser que não demonstrem tanto como eu, mas preocupam-se contigo. – discordou o Pui-li.
Liliane abraçou o Pui-li. Como precisava de um ombro amigo, neste momento horrível.
Liliane e Pui-li deitaram-se e Liliane agarrou-se ao Pui-li, dizendo:
- Não me deixes sozinha; protege-me.
- Claro, Liliane. Sou teu amigo. – assegurou o Pui-li. – Não vais morrer... não podes morrer...
Liliane e Pui-li adormeceram abraçados um ao outro.

Capítulo 8

Uma horrível notícia


A manhã começou tranquila e serena. O sol raiou fortemente.
- Está um bom dia para ir á praia! – exclamou o Doug.
- Na Roménia não há praias. – informou o Jimmy.
- Eu sei...
Pui-li e Liliane saíram do quarto.
- Vocês dormiram juntos? – espantou-se o Doug.
- Sim, tive muito medo. – respondeu a Liliane.
Riram-se às gargalhadas.
- Dormiram ou... fizeram mais qualquer coisa? – interrogou o Doug.
- Foi só dormir. – respondeu a Liliane, ofendida.
Tomaram o pequeno-almoço e Liliane contou tudo sobre o sangue no chão e nas paredes e a faca espetada na porta.
Quiseram investigar e nas paredes estavam escritas a sangue e diziam:

Vou-te matar! Vais arrepender-te de te teres escapado!

Liliane ficou muito assustada e começou a chorar. Pui-li tentou acalmá-la.
- É melhor esclarecermos dúvidas com a Rosabel, não acham? – sugeriu o Samuel.
- Sim, é uma óptima ideia! – apoiou o Alan.
Foram a casa de Rosabel e bateram à porta.
Rosabel foi abrir e exclamou:
- Olá, o que vos traz por cá?
- Queríamos tirar umas dúvidas. – respondeu o Samuel.
Liliane contou tudo à Rosabel e esta ficou perplexa com a gravidade da situação:
- Os vampiros vão matar-te, Liliane.
Liliane começou a chorar e todos tentaram tranquilizá-la.
- O que podemos fazer? – quis saber o Pui-li.
- Nada, só vos resta esperar. – respondeu a Rosabel. – Mas é melhor que benzem as portas com alho e que levem sempre água benta e crucifixos com vocês.
Foram para o hotel e puseram os planos em acção.
Liliane resolveu dormir com o Pui-li outra vez para se sentir mais segura.
A noite foi tranquila e serena.
No dia seguinte resolveram visitar a Rosabel e para espanto de todos, esta não abria a porta.
- Não deve estar em casa. – pensaram todos.
- Mas ela disse que nunca iria sair de casa durante esta semana...
- Ela saiu anteontem para vender farturas. – disse a Liliane.
Perguntaram á vizinhança pelo paradeiro da rapariga, mas não sabiam onde ela estava.
- E se foi apanhada pelos vampiros?
Arrombaram a porta e procuraram a Rosabel, encontrando-a na cama, morta e com duas perfurações no pescoço.
- Os vampiros atacaram-na! – exclamaram todos.
Depressa a população soube do sucedido e marcaram o funeral para o dia seguinte.

No dia seguinte...

Os Pequenos Grandes Heróis foram vestidos de preto para o funeral da Rosabel.
Os populares levaram o caixão pelas ruas até ao “Cemitério Feliz”, cantarolando canções populares para guiar a alma da falecida ao céu.
Realizada a cerimónia, Liliane reparou em duas campas antigas, onde para espanto desta, estavam as fotos dos rapazes do baile de máscaras. Liliane chamou os colegas e Pui-li consentiu que eram os mesmos.
- Devem estar a delirar! Se eles estão mortos, como é que apareceram no baile de máscaras? – exclamou o Doug.
- Eles são vampiros, Doug. E os vampiros são mortos ressuscitados. – respondeu a Liliane.
Liliane reparou melhor nas fotografias, nos nomes e nas datas de nascimento e falecimento:


Fernandino Vladimir Ceausescu Eminescu

N. 17.09.1920
F. 14.11.1933

Com carinho de pais e irmãos, nos despedimos.
Que sejas muito feliz no Céu!


Tadeu Nicolae Eliade Brancusi

N. 28.06.1920
F. 14.11.1933

Terás sempre um lugar nos nossos corações.
Vamos ter saudades, nunca te esqueceremos.
Descansa em paz.
Com amor dos pais e padrinho!

- Morreram no mesmo dia! – exclamou a Liliane. – Tenho de saber quem são estas pessoas.
Liliane foi para a biblioteca pesquisar. Todos quiseram ir com ela, ajudá-la.
Nem imaginam eles, a surpresa que terão!

Capítulo 9

Surpresa!!!

Liliane foi pesquisar em jornais antigos, algo sobre os rapazes. Lá no fundo, pensou que seria impossível encontrá-los, mas se morreram no mesmo dia, pode ser que tenham sido acidentalmente ou brutalmente assassinados.
Liliane procurava jornais do ano de 1933, mas não encontrou. Perguntou ao bibliotecário, se havia jornais de 1933, mas ele informou que os jornais com mais de dez anos, os havia deitado ao lixo.
- Vá procurar na Internet, lá tem tudo... – sugeriu o bibliotecário.
Liliane ficou espantada por não se ter lembrado disso antes.
Liliane pesquisou na Internet o nome dos rapazes, com muita pouca esperança de encontrar alguma coisa. Mas enganara-se, havia cinco sites que continham o nome dos rapazes.
Os cinco tinham o resumo parecido e resolveu clicar no primeiro site.

ASSASSINATOS MISTERIOSOS

FERNANDINO VLADIMIR CEAUSESCU EMINESCU

N. 17.09.1920
F. 14.11.1933

TADEU NICOLAE ELIADE BRANCUSI


N. 28.06.1920
F. 14.11.1933

Fernandino Eminescu e Tadeu Brancusi, eram dois amigos com 13 anos de idade, que no dia 14 de Novembro de 1933, foram brincar para ao pé do cemitério. Adoravam brincar no meio das campas e de fazer feitiçaria no cemitério, pregando pragas aos mortos.
Fernandino e Tadeu eram meninos muito maus e gostavam de aterrorizar a população. No Dia das Bruxas, pregavam imensas partidas, como pôr dedos de pessoas mortas nas caixas de correio, etc. No dia 14 de Novembro de 1933, eles foram ao cemitério fazer feitiçarias e chegavam a desenterrar os mortos por puro prazer de os ver decompostos e cometer actos de necrofilia[1]. A partir desse dia, nunca mais foram vistos. Populares e autoridades andaram à procura deles e nunca os encontraram. Duas semanas depois, as mães dos rapazes recebem uma encomenda dentro de uma caixa de tamanho grande e quando a abriram, depararam-se com os corpos mutilados dos filhos. Tentaram descobrir quem assassinou os dois rapazes e quem havia mandado a encomenda... mas ninguém descobriu estas entidades, mas populares acreditam terem sido castigados por Deus, por não terem respeitado os mortos.
- Que estúpidos, estes rapazes! – exclamou a Liliane.
Liliane resolveu ir para o hotel, pois estava na hora de ir jantar.
Ficou espantada com a informação que obteve, pois nunca pensou que aqueles rapazes não tivessem escrúpulos.
Liliane viu-se completamente só na biblioteca. Foi à procura dos rapazes, mas não os encontrou. A biblioteca estava vazia. Liliane foi á procura do bibliotecário, mas não o encontrou.
Viu-se completamente só na biblioteca, mas não se assustou. O bibliotecário deve ter ido buscar ou fazer algo importante e os rapazes foram para o hotel, por estarem fartos de estarem à sua espera. Liliane decidiu ir-se embora, mas as portas da biblioteca estavam fechadas.
Liliane olhou para o monitor do computador e lá estava escrito:

Vais morrer...

Liliane ficou muito assustada. De repente as luzes apagaram-se. A biblioteca ficou escura como breu.
[1] Acto sexual com cadáveres.

Capítulo 10

Uma noite com o inimigo

Liliane ficou muito assustada. Ouviu um sussurro e viu sombras a moverem-se em redor dela, deixando-a tonta. Liliane desmaiou.
Quando acordou estava no cemitério.
- Já acordaste, sua dorminhoca? – gozou o Fernandino.
- Queres receber um beijo, minha linda? – perguntou o Tadeu.
- Não, seu nojento. – respondeu a Liliane.
Estava um frio de rachar. A noite estava escura e agora começava a nevar.
Liliane esfregou os braços para se aquecer e os dentes tiritavam de frio.
- Estás com frio, princesa? – questionou o Fernandino.
- Vamos levá-la para nossa casa? – sugeriu o Tadeu. – Lá está mais quente e temos mais privacidade...
- Boa ideia, Tadeu. – concordou o Fernandino.
Pegaram na frágil Liliane ao colo. Ela nem imaginava o que eles lhe iriam fazer...



Os restantes membros dos Pequenos Grandes Heróis estavam desmaiados num quarto muito escuro.
O primeiro a acordar foi o Alan, que se pôs a tentar acordar os outros.
- Mas onde é que estamos? – questionou o Jimmy.
- Não sei. – respondeu o Alan.
- Onde estão a Liliane e o Pui-li? – interrogou o Samuel.
- Não estão aqui... espero que estejam melhores que nós para nos salvarem. – disse o Doug.
Qual não foi o espanto de todos, ao ver irromper da porta...
- Rosabel!!! – admiraram-se todos.
- Olá, já estava a ficar com saudades vossas...
- Mas tu não tinhas morrido? – espantou-se o Samuel.
- Sim, mas ressuscitei do Mundo dos Mortos. – respondeu a Rosabel.
- És vampira? – questionou o Doug.
- Sim. – respondeu ela.
- O que nos vais fazer? – inquiriu o Alan, cheio de medo.
- Dar o vosso sangue precioso ao Mestre. – aclamou a Rosabel.
Rosabel chegou-se a eles e pegou neles com uma força sobrenatural.
- Vão morrer!!!
- Não!!! – gritaram.


Arrastaram a Liliane para o Castelo do Conde Drácula. O acesso era dificílimo.
Levaram Liliane para uma sala pouco iluminada, mas luxuosa com dois caixões ao centro.
- Como te chamas? – perguntou o Tadeu.
- Maribel. – mentiu a Liliane.
- Não mintas. – rosnou o Tadeu. – Nós conseguimos ler os pensamentos e tu chamas-te Liliane.
Liliane ficou cheia de medo.
- Sabes, Liliane, és uma sortuda! – exclamou o Tadeu.
- Porquê? – quis saber a Liliane.
- Por duas razões: primeiro: vais ser mordida por nós e serás uma vampira, logo vais participar na Colheita. Segundo: vais ver a execução dos teus amigos. – respondeu o Fernandino.
- O quê? Vocês têm os meus colegas? – horrorizou-se a Liliane.
- Sim, fofa. – respondeu o Tadeu.
- Onde é que eles estão? – quis saber a Liliane.
- Não estão aqui. Estão com a Rosabel. – respondeu o Fernandino.
- A Rosabel também é vampira? – espantou-se a Liliane.
- Sim. E tu também serás. – disse o Tadeu, maravilhado.
Tadeu e Fernandino agarraram-na.
- Não!!! Larguem-me!! Eu não quero ser vampira... não quero morrer! – gritou a Liliane.
Os vampiros pegaram na Liliane e algemaram-na numa cama e começaram a despi-la.
- Larguem-me! – debatia-se a Liliane.
Fernandino tapou-lhe a boca com um pano e violou-a. Tadeu também quis entrar na festa. No fim, beberam-lhe o sangue e obrigaram-na a beber um bocado do sangue deles. Liliane sentia-se frágil e muito zonza. Dentro de vinte e quatro horas, tornar-se-á uma vampira.
Será que alguém a conseguirá salvá-la a tempo? Talvez sim, talvez não...

Capítulo 11

Uma horrível visão

Pui-li tinha-se salvado, pois o telemóvel começou a tocar e teve de sair da biblioteca. Mas, ele sabia o que tinha acontecido com os colegas, pois havia espiado.
Pui-li seguira-os até ao Castelo do Conde Drácula e algo lhe dizia que os amigos não estavam bem, o que ele não sabia era que Liliane estava prestes a tornar-se vampira e que os restantes membros da patrulha, seriam transformados na “refeição” do Mestre no dia da Colheita. Outra coisa que não sabia: quando seria o dia da Colheita?”
Pui-li resolveu entrar dentro do Castelo para poder investigar e talvez salvar os seus amigos. E a melhor parte do dia para se fazer era ao amanhecer.
Pui-li entrou sorrateiramente no castelo. Era muito grande e sombrio.
Entrou numa sala luxuosa com dois caixões ao centro e constatou que eram dos vampiros e resolveu sair dali. Entrou dento de um quarto, onde para seu espanto e horror encontrou a Liliane completamente despida e esvaída em sangue.
- Liliane, estás bem? – quis saber o Pui-li.
- Olá, menino! – saudou a Liliane. – Vem cá.
Pui-li chegou-se a ela.
- O que é que eles te fizeram?
- A melhor coisa do Mundo. – respondeu a Liliane.
- Vou tirar-te daqui, Liliane. Se eu tivesse as chaves das algemas...
- Não quero sair daqui... – rosnou a Liliane. – Quero que me faças um favor.
- Diz. – pediu o Pui-li.
- Devora-me! Faz-me em pedaços, sou toda tua! Possui-me, sufoca-me, aperta-me, perfura-me, viola-me. – pediu a Liliane.
- Estás a querer insinuar que eu faça sexo contigo? – inquiriu o Pui-li, admirado.
- Sim, por favor... – suplicou ela.
Pui-li examinou o pescoço da Liliane e observou duas perfurações no pescoço.
- Oh, não! Eles morderam-te, vais tornar-te numa vampira! – exclamou o Pui-li.
- Exactamente. Quando forem oito horas da noite em ponto, serei uma vampira. – anuiu a Liliane. – Agora, aquece-me!
- Não, Liliane, nem pensar! – discordou o Pui-li.
Liliane começou a apalpá-lo.
- Por favor! – gemeu ela.
- Não! – berrou o Pui-li. – Eu sei que não é isso que queres, isso são só efeitos do vampirismo...
- Não, vem cá! – suplicou a Liliane, beijando-o.
Pui-li libertou-se, escapando aos prazeres carnais.
- Vou procurar ajuda, prometo! – prometeu o Pui-li.

Capítulo 12

Em busca de ajuda

Pui-li correu num desafio contra o tempo. Mas primeiro tinha de comer algo para retomar energias.
Parou num bar ali perto e pediu um café com leite e uma sandwich de queijo.
A televisão do café estava ligada no Telejornal e apareceram notícias dos casos vampíricos.
Um rapaz ao lado do Pui-li estava a ler a publicidade num jornal, pois queria comprar uma mota a um preço acessível. Pui-li reparou num anúncio:

KATE ANGÉLICA WISEL LEVI

Curandeira e especialista no combate aos vampiros!


Se quer ver-se livre de um demónio ou de um vampiro, contacte com a curandeira Kate Angélica Wisel Levi.
Telefone: (332) 224714 Telemóvel: 73445729012
Morada: Rua de Vlad, 1313, Transilvânia, Roménia.

Pui-li tomou nota dos números e da morada e contactou com a curandeira. Depressa, Pui-li deu com a casa.
Era totalmente diferente das outras: era escura e sombria como o castelo. As portas eram altas e não tinha campainha. Tinha de bater à porta por um puxador em forma de gárgula.
Kate abriu a porta. Pui-li entrou. Havia um jardim mal cuidado.
O ambiente em casa era acolhedor. Era quente e a única coisa que iluminava a sala eram as velas aromáticas. Dezenas de velas de várias cores, feitios, tamanhos e de várias fragrâncias.
- A que propósito, o senhor veio contactar comigo? – questionou a Kate.
- Uma amiga minha foi mordida por um vampiro e só tenho até às oito horas da noite para impedir que ela se torne numa vampira. – respondeu o Pui-li.
- E quer que eu lhe dê os princípios básicos como se mata um vampiro, certo? – perguntou a Kate.
- Exacto. – assentiu o Pui-li. – Por favor, ajude-me!
- A tumba de um vampiro pode ser identificada por buracos em torno do sepulcro bastante grandes para que uma serpente possa passar por eles. Para impedir que o vampiro saia de sua sepultura, esses buracos devem ser enchidos com água. Os espinhos das rosas selvagens são garantidos para manter vampiros à distância. Sementes de papoila são espalhadas no caminho do cemitério para a cidade porque os vampiros são contadores compulsivos e não conseguem deixar de querer catá-las. Essa prática pode impedir o vampiro de chegar à aldeia antes do raiar do dia, hora em que ele deve voltar ao seu caixão.
O modo definitivo de destruir um vampiro é dirigir ao seu coração uma estaca que deve atravessá-lo, ou ao seu umbigo, enquanto é dia claro e o vampiro precisa de repousar no caixão. A estaca deve ser feita de oliveira ou de álamo. Em algumas regiões da Transilvânia, barras de ferro de preferência aquecidas ao rubro - são usadas. Como garantia adicional, o corpo do vampiro é queimado. Ás vezes um abeto é enterrado no corpo do vampiro para mantê-lo na sua sepultura. Uma derivação disso é o pé de abeto como ornamento, encontrado hoje sobre os túmulos na Roménia.
Muitos romenos acreditam que a vida após a morte será bastante parecida com a vida na Terra. Como não há muita fé num mundo puramente espiritual, parece razoável que após a morte o vampiro possa andar pela Terra do mesmo modo que uma pessoa viva. Os mortos ambulantes não são sempre vampiros, no entanto. De facto, o termo romeno para morto-vivo, moroi, é mais comum do que o termo para vampiro ou sugador de sangue, strigoi, mas ambos são mortos do mesmo modo. Os strigois são literalmente pássaros demoníacos da noite; eles só voam após o pôr-do-sol, comem carne humana e bebem sangue.
A crença em mortos ambulantes e vampiros bebedores de sangue talvez nunca desapareça. Foi só no século passado 1823, que a Inglaterra pôs fora da lei a prática de enterrar estacas no coração dos suicidas. Hoje é na Transilvânia que a lenda dos vampiros tem seu apelo mais forte. – explicou a Kate.
- Então, já estou demasiado atrasado... – suspirou o Pui-li. – Já são três da tarde...
- Então do que está à espera? Despache-se! – repreendeu a Kate.
- Vai ajudar-me? – interrogou o Pui-li.
- Claro, este é o meu trabalho. – anuiu a Kate.
- Obrigado, muito obrigado! – agradeceu o Pui-li. – Não sei como lhe agradecer...
- Mas para eu fazer o trabalho, vai ter de pagar-me. – disse a Kate.
- Claro. Quanto é? – questionou o Pui-li.
- 500 leus. – respondeu a Kate.
- Tanto! – exclamou o Pui-li.
- Ou isso, ou não terá a minha ajuda. – disse a Kate.
- O.k. – aceitou o Pui-li, pagando-lhe.
- Vamos ter de ir primeiro ao cemitério. – disse a Kate.
- Mas a Liliane está em perigo de se tornar vampira... – tentou fazer ver, o Pui-li.
- Se nós matarmos os vampiros que lhe morderam, ela deixa de ser vampira. – informou a Kate.
Foram ao cemitério e Pui-li indicou as campas dos vampiros.
- Sim, estão aqui buracos. – observou a Kate. – Passa-me a água.
Kate encheu os buracos com água e espalhou sementes de papoila no cemitério até à cidade. Pegou em rosas bravas e deu uma ao Pui-li.
- Agora vamos ao local onde eles estão! – disse a Kate.
Um pássaro negro pousou na cruz da sepultura. Era preto e o bico estava manchado de sangue. Nem Kate, nem Pui-li fizeram caso dele.
Pui-li levou a Kate para o Castelo do Conde Drácula.
- Eles estão aqui?! – espantou-se a Kate.
- Sim. – assentiu o Pui-li.
- Então, vamos. – decidiu a Kate.
Começaram a subir o íngreme caminho e ainda para mais começou uma tempestade.
A chuva caía a cântaros e os raios e trovões ressoavam ao longe.
Chegaram lá acima, completamente encharcados e cheios de frio.
- Toma a água benta, os alhos, o crucifixo e a estaca de ramo de oliveira. – disse a Kate. – Vais ser tu, a matar os vampiros.
- Claro. A amiga é minha. – concordou o Pui-li.
- Sabes para que serve cada um dos utensílios, não sabes? – perguntou a Kate.
- Sei, sim. – respondeu o Pui-li. – Os crucifixos, a rosa e os alhos são para os permanecer longe de mim e a água benta serve para lhes queimar a pele.
- Muito bem! – exclamou a Kate. – Vamos, quanto mais rápidos formos, melhor!

Capítulo 13

Aprisionados na cave

Pui-li levou Kate até à sala onde os caixões estavam. Quando os abriram, eles estavam vazios.
- Oh, não! Eles não estão aqui... – suspirou o Pui-li.
- Estamos aqui! – berraram os vampiros. – Queriam matar-nos?
- Não era suposto vocês estarem a dormir?! – espantou-se a Kate.
- Sim. – respondeu o Fernandino. – Mas um lindo pássaro negro informou-nos que vocês nos iriam atacar, por isso, acordamos.
Kate e Pui-li lembraram-se do pássaro. No princípio, não lhe fizeram caso, pois pensaram que os vampiros só voavam à noite.
- Mas como, se os vampiros só voam de noite? – interrogou a Kate.
- O pássaro ainda não era um formalmente um vampiro... – disse o Tadeu.
- Liliane! – suspirou o Pui-li.
Tadeu acenou com a cabeça.
- Onde está ela? O que é que lhe fizeram? – indagou o Pui-li.
Os vampiros riram-se às gargalhadas.
- Vocês não podem estragar a realização da Colheita. – zangou-se o Tadeu.
- Quando é a Colheita? – questionou o Pui-li.
- Posso dizer-vos, pois vocês irão morrer... – riu-se o Fernandino. – É no dia da nossa morte.
- 14 de Novembro! – exclamou o Pui-li.
- Exacto! – assentiu o Fernandino.
- E os meus colegas, onde estão? – quis saber o Pui-li.
- Estão com a Rosabel e serão a oferenda surpresa para o nosso Mestre. – respondeu o Fernandino.
- Quem é o vosso Mestre? – questionou o Pui-li.
- Isso já é querer saber de mais... mas posso adiantar que foi ele que nos matou e nos deu a vida eterna! – respondeu o Fernandino.
- Agora vão morrer! – disse o Tadeu.
Os vampiros começaram a deslocar-se para ao pé deles, mas eles estenderam os crucifixos.
Os vampiros ficaram um bocado assustados, mas isso não os impediu de se aproximarem.
Pui-li atirou água benta para os olhos de Tadeu, que ficou cego.
Pui-li preparava-se para lhe espetar uma estaca, mas Fernandino amarrou-o.
Kate atirou água benta para os braços de Fernandino, que largou o Pui-li. Este tentou libertar-se, mas Fernandino apanhou-o rapidamente, com os braços a fumegar e a cheirar a pele putrefacta.
Tadeu gemia de dor e apalpava tudo, para se conseguir orientar.
Kate tentou marcar-lhe a pele com o crucifixo, mas Fernandino apanhou-a.
- Tadeu, transforma-te num morcego. – ordenou o Fernandino.
Tadeu transformou-se num morcego e não teve problemas em ser cego, pois emitia ultra-sons que permitiam saber onde se encontravam os objectos.
Fernandino prendeu o Pui-li e a Kate numa jaula para prisioneiros, lá na cave.
A cave era escura e gelada. Tinha um cheiro fétido, a carne putrefacta. Ao lado deles, encontrava-se um corpo humano já em ossos e outro a decompor-se.
O cheiro era nauseabundo, mal se conseguia respirar.
- Como vamos sair daqui? Temos de salvar a Liliane. – enraiveceu-se o Pui-li.
- A sorte é que eu sou uma rapariga prevenida. – disse a Kate. – Já são muitos anos de experiência.
- O que trouxeste? – admirou-se o Pui-li.
Kate mostrou-lhe um gancho de cabelo.
- Isso?! – desiludiu-se o Pui-li. – Isso só funciona nos filmes...
- Tens a certeza? – Kate, parecia saber do que estava a falar.
- Também não custa tentar, pois não?
Kate sorriu. Passado meia hora, conseguiram abrir o portão.
- Boa! – espantou-se o Pui-li.
- Eu não disse?
Dirigiram-se lá para cima, com muita cautela e silêncio.
- O que vamos fazer com aqueles palermas, lá em baixo? – inquiriu o Tadeu.
- Vamos oferecê-los ao Mestre. – respondeu o Fernandino. – Seremos os maiores e os preferidos d’ Ele.
- Eu pensei que tu irias dizer-lhes o verdadeiro dia da Colheita... – pensou o Tadeu.
- Achas? Não sou assim tão estúpido! – disse o Fernandino.
- Se o mundo soubesse que a Colheita será amanhã à meia-noite... – pensou o Tadeu.
- Mas ainda bem, que ninguém sabe. – disse o Fernandino. – Não ia contar este segredo àqueles mortais anormais, pois não?
- Eles nem sequer sabem matar vampiros! – admirou-se o Tadeu.
Tadeu e Fernandino riram-se às gargalhadas.
- A Colheita é já amanhã, temos de fazer alguma coisa... – exclamou o Pui-li.

Capítulo 14

O duelo final

Fernandino e Tadeu foram descansar dentro dos seus caixões. Pui-li e Kate esperaram uma hora, para terem a certeza de que eles adormeceram.
Pui-li consultou o relógio: 17:05h.
Só tinha três horas para actuar.
Pui-li abriu o caixão do Fernandino e a Kate, o do Tadeu.
Contaram até três e esperam-lhes a estaca no coração.
Os vampiros gritaram:
- Como é que conseguiram sair da prisão?
Os corpos dos vampiros desfizeram-se em pó.
Pui-li foi ao quarto onde estava Liliane.
- Liliane, estás bem?
- Pui-li!? O que estás aqui a fazer?! – perguntou ela. – Onde estou, toda NUA?!!!
- Não te lembras? – espantou-se o Pui-li.
- Não. – respondeu a Liliane. – ABUSASTE DE MIM?
- Não. – desdisse o Pui-li. – Tu foste mordida e violada por dois vampiros e eu vim salvar-te.
- Já me lembro! – exclamou ela. – O que é feito deles?
- Matei-os, eu e a Kate. – respondeu o Pui-li.
- Quem é ela? – quis saber a Liliane, desconfiada.
- É uma curandeira especialista na eliminação de vampiros. Se não fosse ela, não tinha conseguido salvar-te. Mas mesmo assim, tive de pagar-lhe 500 leus. – disse o Pui-li.
- Obrigada, Kate, obrigada, Pui-li! – agradeceu a Liliane. – Os outros foram raptados pela Rosabel.
- Eu sei, os vampiros disseram-nos. – disse o Pui-li. – A Colheita é amanhã, portanto temos de ser rápidos a descobrir onde eles estão.
- Tenho de me vestir... – suspirou a Liliane. – Estou algemada e cheia de sangue!
Kate e Pui-li encontraram um molho de chaves na bolsa das calças do Fernandino e experimentaram-nas todas.
Liliane viu-se solta e vestiu-se rapidamente.
- O que acontece na Colheita? – indagou o Pui-li.
- Há cerca de sessenta anos, um vampiro muito velho e muito poderoso veio para esta zona, e não apenas para se alimentar. – explicou a Kate. – Na Transilvânia existe uma espécie de portal desta realidade para outra. Este vampiro esperava conseguir abri-lo.
- Trazer de volta os demónios. – suspirou o Pui-li.
- Fim do mundo. – esclareceu a Liliane.
- Mas foi tudo por água abaixo. – Kate continuou a história. – Ou, quero dizer, houve um tremor de terra que engoliu cerca de metade da cidade. E a ele, também, ou pelo menos não houve mais mortes do género, provocadas pelos vampiros depois disso.
Kate parou para respirar e continuou:
- Abrir portais dimensionais é um assunto complicado. As probabilidades são de que ele ficou aprisionado.
- E essa história da Colheita é para o libertar? – perguntou o Pui-li.
- Acontece uma vez em cada século. Amanhã à noite. – respondeu a Kate. – O Mestre pode aumentar o seu poder através de um dos seus favoritos enquanto este se alimenta. Poder suficiente para se libertar e para abrir o portal. O favorito é chamado o Hospedeiro, e usa uma estrela de três pontas na testa. [1]
- Se eu reduzir a pó quem quer que seja que tenha esta aparência, adeus Colheita. – objectou o Pui-li.
- Postas as coisas simplesmente. – respondeu a Kate.
- Temos de fazer alguma coisa... – disse a Liliane.
- E já! – completou o Pui-li.
[1] Texto retirado do livro: Buffy, a Caçadora de Vampiros – A Colheita, escrito por Richie Tankersley Cusick, baseado no argumento de Joss Whedon da Editorial Verbo. (adaptado)

Capítulo 15

A colheita

Estava a chegar a hora.
A Colheita estava próxima.
Rosabel acendeu a última fileira de velas na parte de trás da igreja. Afastou-se delas com solenidade, segurando o seu círio, e ao mesmo tempo outro vampiro completou a sua fileira de velas acesas ao longo da parede oposta. A luz bruxuleante lançava sobre a congregação um brilho estranho e fraco. As duas fileiras de velas estendiam-se por todo o caminho até ao altar, até ao lugar onde o Mestre esperava.
O cântico tinha recomeçado. No entanto, não era bem um cântico... era mais um murmúrio baixo e primitivo que fazia gelar o sangue...
Rosabel avançou até ao altar e ajoelhou humildemente ante o seu Mestre. Quando o Mestre estendeu a mão, Rosabel beijou-a, e quando o Mestre virou a palma da mão aberta para cima, Rosabel beijou-a também.
E então, com muita delicadeza, Rosabel segurou o pulso do Mestre. Levou-o à boca e mergulhou profundamente os dentes nas artérias e veias.
O Mestre estremeceu. Fechou os olhos e sentiu séculos de tempo a percorrê-lo. Enquanto Rosabel continuava a sugá-lo, atirou a cabeça para trás na agonia de uma dor deliciosa.
- O meu sangue corre com o teu. – disse o Mestre. – A minha alma é da tua responsabilidade.
- O meu corpo é o teu instrumento. – murmurou a Rosabel.
Rosabel afastou-se. O Mestre tirou uma gota de sangue do próprio pulso, depois tocou na testa de Rosabel com ela, pintando uma estrela de três pontas.
Encarou os discípulos e falou:
- Nesta noite abençoada, somos como um só. Rosabel é a Hospedeira. Cada alma que ela tomar será o meu alimento. As almas deles dar-me-ão o poder para me libertar.
O rosto dele iluminou-se com um sorriso. Os olhos estreitaram-se de antecipação intensa.
- [1]Esta noite percorrerei a terra... e até as estrelas se esconderão.


Pui-li perguntou à Kate:
- Onde é que será a Colheita?
- Num local onde tenha muita gente. – respondeu a Kate. – Numa discoteca, por exemplo.
- Mas nós não temos a certeza, onde será a Colheita... – suspirou o Pui-li.
- Temos que ver quais são os pontos de interesse das pessoas. – disse a Liliane.
- Exactamente! – assentiu a Kate. – Sei de uma discoteca espectacular...
Olharam para o relógio: 23:00 h. Faltava cerca de uma hora para a realização da Colheita.
Entraram na discoteca e por acaso tinha um clima acolhedor e descontraído. Todas as pessoas pareciam estar a divertir-se imenso.
Até Liliane e Pui-li já haviam esquecido que estavam lá para capturar o Hospedeiro e resgatar os seus amigos.
Só Kate estava preocupada, olhando pouco a pouco para o relógio e a preparar a estaca, pronta para matar.
Meia-noite!
- Já é meia-noite!... – informou Kate, à Liliane e ao Pui-li.
Só depois deste aviso é que Liliane e Pui-li acordaram para a realidade, pois estavam a curtir bastante o som.
Na discoteca nada aparentava algo de suspeito e muito menos vampiros.
- Vamos esperar mais um bocadinho. – disse a Kate.
Passado quase uma hora, Kate convenceu-se que não era ali o local onde se realizaria a Colheita.
- Vamos embora! – advertiu a Kate. – Este não é o local da Colheita.
- Oh, Kate, vamos ficar aqui mais um bocadinho! Está a ser tão fixe! – pediu a Liliane. – Pode ser que tenham o relógio atrasado...
E continuou a curtir o som, até já tinha atraído a atenção de uns turistas alemães e de uns tantos romenos.
Assim passaram mais meia hora e perante tanto tempo sem acontecer nada, também Pui-li convenceu-se que aquele não tinha sido o local escolhido para a realização da Colheita.
- É impressionante como esta gente está aqui tão despreocupada, sendo hoje o fim do Mundo! – exclamou a Kate.
- Kate, também acho que este não é o local onde se realizará a Colheita... – murmurou o Pui-li.
- Até que enfim, que percebeste! – espantou-se a Kate.
- Mas onde será a Colheita? – quis saber o Pui-li.
- Não sei. – admitiu a Kate. – Mas vai informar a Liliane, pois ela pode estar a meter-se com algum vampiro e correr perigo de vida.
Pui-li ainda não havia reparado: Liliane estava a beber uns copos com dois rapazes alemães e três romenos e não conseguiu deixar de sentir uma pontinha de ciúmes.
Pui-li foi ter com ela, fazendo um pequeno escândalo, para a deixar embaraçada e mal vista pelos rapazes. E por conseguinte, ir com ele de uma vez por todas.
- Pui-li, vais pagar caro por me teres humilhado à frente daqueles rapazes tão giros... – zangou-se a Liliane.
- Liliane, temos de ir embora, pois chegamos à conclusão que este não é o local da Colheita. – explicou o Pui-li. – E além do mais podias estar a meter-te com vampiros...
Liliane ficou mal-humorada, mas acabou por perdoá-lo.
- Então onde é esse tal local? – perguntou a Liliane.
- Não sabemos. – respondeu a Kate.
- Toca a pensar! – incentivou o Pui-li. – Temos de resgatar os nossos amigos e salvar vidas de muitas pessoas e impedir que hoje seja o fim do Mundo!...
Continuaram a pensar nalgum local, mas nada lhes ocorria, chegando mesmo a pensar que se calhar a Colheita não seria naquele dia, até que...
- Vamos à Feira Popular? Hoje a entrada é livre e ainda por cima vamos assistir ao concerto da banda gótica Terror Night! – sugeriu um rapaz para a namorada.
- Terror Night? Nunca ouvi falar... – indagou-se a rapariga. – Mas acho que depois de uma discoteca ir para a melhor Feira Popular do Mundo, é um bom programa!
- É isso! – exclamou o Pui-li. – Porque é que eu não pensei nisso antes? A Feira Popular!!!
Kate, Pui-li e Liliane saíram porta fora e foram em direcção à feira popular.
A Feira Popular estava apinhada de gente e como a entrada era grátis, eles não tiveram de esperar na bicha.
A banda que se subentendia-se de Terror Night estava a actuar no seu auge e toda a gente dançava, pulava, gritava, aplaudia, assobiava.
- Se aqui fosse o local da Colheita, já esta gente toda tinha morrido... – desiludiu-se a Kate. – Afinal, também não é aqui o local da Colheita!...
Pui-li reparou na vocalista da banda e esta pareceu-lhe familiar. Até que reparou numa estrela de três pontas na testa.
- Rosabel!? – admirou-se o Pui-li.
- O quê? – espantou-se a Liliane.
- A vocalista da banda Terror Night é a Rosabel! – exclamou o Pui-li.
Kate que se ia preparando para sair, perguntou:
- Quem é ela?
- É uma vampira. – respondeu o Pui-li. – Repare, ela tem uma estrela de três pontas na testa!
- Pois é! – entusiasmou-se a Kate. – Isso quer dizer que resolveram adiar as horas para atrair mais gente ao concerto!
Mas afinal não era isso que tinha acontecido. A Colheita já se tinha realizado.
Quando deram por si, as pessoas começaram a rodeá-los.
- Vão morrer! – gritaram eles, com os dentes afiados.
Rosabel parou de cantar e ordenou ao pessoal para levá-los para o palco. E assim fizeram.
Rosabel começou a entoar um cântico sinistro e a evocar o nome do Mestre.
- Mestre, eis aqui as tuas oferendas. Estes tentaram matar-te!
- Onde estão os meus amigos? – inquiriu o Pui-li.
- Estás a falar daqueles imbecis destinados a ser oferendas ao poderoso Mestre, tal como vocês? – riu-se a Rosabel.
- Ninguém subordina o poder do Mestre! – gritaram todos. – Mata! Mata! Mata! Mata!
Rosabel soltou os restantes membros dos Pequenos Grandes Heróis.
- Pui-li! Liliane! – exclamaram eles.
- Preparem-se para o fim do Mundo! – gritou a Rosabel.
- Sim!!! – berraram os vampiros.
Rosabel tentou sugar o sangue de Alan, mas Liliane impediu-a, dando-lhe um pontapé na barriga.
Mas logo, os outros vampiros agarraram-na e espancaram-lhe.
Rosabel ia morder-lhe o pescoço, mas Pui-li deu na cabeça dela com uma pedra, mas esta não mostrou sinais de fraqueza.
Os vampiros tentaram subir o palco, mas acontece que as vítimas só podiam ser mortas pelo Hospedeiro.
Pui-li tentou visualizar a Kate, para pedir-lhe ajuda, mas não a viu. Pensou que ela era uma grande medricas e uma falsa. Então os vampiros começaram a avançar, prontos a aniquilá-los.
- Preparem-se para o Fim do Mundo! Preparem-se para morrer! – gritavam todos, com os dentes arregaçados.
De repente começou a chover e a trovejar, mas os vampiros não se inibiram e continuaram a subir o palco, prontos para os matar. Eles não tinham salvação: iriam morrer, não havia hipótese.
Rosabel agarrou no Pui-li para o matar, quando apareceu um helicóptero a sobrevoar o céu.
- Mas o que é isto? – interrogou-se a Rosabel.
O helicóptero começou a jorrar baldes de água em cima dos vampiros.
- Mas porque é que estão a derramar água, se está a chover? – desapercebeu-se o Doug.
Mas não era uma água normal, mas sim água benta. Os vampiros começaram a gritar e a decompor-se.
- Não!!! – gritou a Rosabel. – Isto não vai e não pode destruir a Colheita.
Kate apareceu misteriosamente por detrás da Rosabel e como todos os vampiros estavam distraídos com a queda de água benta, não repararam nela.
Kate agarrou Rosabel pelos braços e tentou golpear-lhe a estaca, mas ela projectou-a, caindo em cima de Pui-li, que se apressou a ajudá-la.
Pui-li e Rosabel envolveram-se numa luta sangrenta e Kate aproveitou-a para golpeá-la nas costas com uma estaca.
Mas Rosabel era esperta e desviou-se, acabando por atingir o Pui-li à tangente, pois este também se havia desviado.
- Desculpa, Pui-li! – balbuciou a Kate, socorrendo-o, mas Liliane afastou-a.
- Vou matar-te, sacana! – gritou a Liliane, dirigindo-se para Rosabel, ao mesmo tempo que pegava na estaca de Kate.
- O que estás a fazer, Liliane? Tu não tens experiência nisto... – espantou-se o Pui-li.
Liliane piscou-lhe um olho e segredou-lhe:
- Prometo que a Hospedeira não sairá daqui viva.
Pui-li não percebera, mas Liliane garantia-lhe que ia acabar com Rosabel e resolveu acreditar no plano dela.
- Vais matar-me, é? – riu-se a Rosabel.
- Sim. – respondeu a Liliane.
Rosabel soltou uma gargalhada estridente.
- O Mestre irá submergir das Trevas e dar-me-á imensos poderes sobrenaturais infinitos. – ripostou ela. – Nem tu, vais conseguir evitar que a Colheita se concretize; pois eu sou muito mais poderosa que tu!...
Liliane começou a avançar decididamente para a golpear e Rosabel soltou uma sonora gargalhada.
- Sou muito mais forte que tu, nunca conseguirás matar-me...
- Eu não, mas ele sim... – disse a Liliane.
- O que é que estás para aí a falar? – questionou a Rosabel, sem entender.
Nem deu tempo de pensar, pois sentiu uma dor aguda por trás e sentiu-se a transformar em pó.
Rosabel sentia o sofrimento do Mestre, a sua angústia.
Naqueles últimos e breves momentos de consciência, Rosabel percebeu que tudo acabava – séculos de esperança, séculos de espera, os últimos vestígios de poder a escoarem-se do Mestre enquanto este ser poderoso caía de joelhos, enfraquecido, e tacteava cegamente numa busca inútil de ajuda que não viria...
À distância, Rosabel ouviu o seu grito estrangulado.
- NÃO!!! – arquejou o Mestre, e ao tocar na parede mística que o mantinha prisioneiro, percebeu que esta era mais uma vez demasiado forte para escapar. A fúria e o desespero perpassaram-lhe pelo rosto enquanto a fixava.
Um grito de derrota formou-se-lhe na garganta.
Através de uma névoa mística, Rosabel olhou para cima e viu o seu assassino e Liliane em pé do se lado. E depois tudo acabou.
Os vampiros sobreviventes começaram a fugir e a esconderem-se em recantos escuros.
- Bom, parece que ganhámos! – exclamou um rapaz, que ninguém conhecia.
A Pui-li, deu-lhe a sensação de já o ter visto, mas não sabia bem donde, até que Liliane explicou tudo:
- Lembram-se de eu estar a falar com uns rapazes na discoteca? – diz ela, dirigindo-se para Pui-li e para Kate. – Pois eles são Caçadores de Vampiros.
- E ela telefonou para mim, enquanto estavam atarefados com os vampiros, e comigo mandei vir um helicóptero cheio de água benta para despejar nos vampiros, pois eram muitos, nunca conseguiriam sobreviver a eles. – acrescentou o rapaz. – Foi quando vi a minha colega Kate Angélica e pedi-lhe que me ajudasse.
- Por isso é que desapareci por uns tempos. – explicou a Kate. – Por eu saber que na discoteca, já havia caçadores de vampiros, resolvi procurar noutro lado. E também queria acabar com um vampiro, pois eu nunca matei nenhum. O Abel é que mata os vampiros todos. Mas ao ver que estavam todos em perigo de vida e que não conseguia resolver tudo sozinha, pus o orgulho de lado e resolvi colaborar.
- Bom, parece que tudo terminou! – exclamou o Doug. – A partir de agora, já não gozo com estas coisas...
- Pois, nós não devemos gozar com aquilo que desconhecemos. – disse o Abel.
Abel era um rapaz romeno com dezassete anos de idade, cabelo castanho e os olhos da mesma cor, pálido e com um nariz adunco.
A trovoada tinha acabado e resolveram ir para o hotel descansar.
- Obrigado, por nos terem salvo! – agradeceu o Alan.
- De nada. – responderam o Pui-li e a Liliane.
- Nunca irei esquecer do horror que passamos... – suspirou o Doug.
- Eu que sempre pensei que o Halloween e os espíritos do mal, vampiros e seres desse género era tudo brincadeira, mas vejo que não é bem assim... – acrescentou o Jimmy.
- Eu sempre acreditei nestas coisas, pois desde pequeno que vejo fantasmas e espectros. – disse o Pui-li.
- A sério?! – admiraram-se todos. – E não tens medo?
- Claro que tenho, mas com o tempo aprendi a lidar com a situação e eles agora já não aparecem com tanta frequência. – respondeu o Pui-li.
- Bom, vamos é mudar de assunto. – pediu a Liliane. – Quero ir-me embora daqui amanhã bem cedo.
- Tem calma, Liliane! – tentou tranquilizar o Pui-li. – Já acabou tudo.
Nesse mesmo instante, começou a chover e a trovejar. A electricidade foi cortada devido a um raio.
Os Pequenos Grandes Heróis conseguiram visualizar um corpo atingido por um raio, a cair de uma árvore e assustaram-se.
Foram lá fora e depararam-se com um corpo mutilado de uma jovem e de seguida ouviram uma gargalhada sinistra.
Afinal, o horror ainda não havia terminado.
- Vou-me embora! – gritou a Liliane, entrando em pânico.
No hotel acenderam umas velas e todos os hóspedes alojaram-se na sala comum, onde no centro, uma grande lareira quente e reconfortante, aquecia e iluminava a divisão.
E de repente, saiu de dentro da lareira o espectro de Rosabel, reclamando vingança para todos. As chamas activaram-se e o hotel começou a pegar fogo.
Os populares tentaram apagar o incêndio, enquanto chamavam os bombeiros.
Mas por mais que o tentassem apagar, o fogo activava-se ainda mais e os Pequenos Grandes Heróis procuraram a ajuda da Kate, que disse que isso só se resolveria apagando o incêndio com água benta.
E então pediram à agência de Caçadores de Vampiros de Abel, que trouxessem um tanque cheio de água benta. E assim fizeram.
As pessoas eram socorridas e algumas precisaram de apoio hospitalar, devido à grande inalação de produtos tóxicos provenientes do incêndio.
O hotel ficou quase todo destruído e realmente, o fogo começou a extinguir-se.
- Este incêndio, não é um incêndio vulgar, é um incêndio místico, por isso é que só se consegue apagá-lo com água benta. – explicou o Abel.
Samuel telefonou ao Hugo, pois queriam ir embora o mais depressa possível e este prometeu mandar-lhes um avião particular para o Brasil em menos de doze horas.

De volta, ao Brasil, os Pequenos Grandes Heróis só pensavam em descansar e explicaram ao Hugo, os acontecimentos muito resumidamente.
- Eu não quero correr estes riscos novamente, por isso acho que vou desistir da patrulha. – informou a Liliane.
- Por favor, Liliane, não! – suplicou o Hugo. – Prometo, que para a próxima terão mais apoio meu.
- Isso agora não me interessa, agora só quero ter um sono reparador. – disse a Liliane.
Foram todos dormir, muito fatigados e descansados. Mas acordaram de manhã bem cedo por um toque de telefone e foram avisados da recepção que alguém queria falar com os Pequenos Grandes Heróis, mas principalmente com Liliane Pereira.
Liliane atendeu o telefone e do outro lado, ouve uma gargalhada, dizendo:
- Se pensas que me destruíste, estás bem enganada!
Liliane estremeceu da cabeça aos pés e contou a novidade aos seus colegas, que também ficaram muito assustados.
- O que é que vamos fazer?
- Quem era?
- Não sei, só sei que vou andar sempre com um crucifixo comigo. – abonou a Liliane.
- Nunca mais vou ser o mesmo, depois disto tudo. – suspirou o Doug.
- Nenhum de nós vai ser igual, mas vamos tentar levar a nossa vida à normalidade. – disse o Pui-li.
Passado algumas horas, cada qual regressou a sua casa e quase passado um mês, os Pequenos Grandes Heróis já haviam esquecido tudo o que lhes havia passado e as suas vidas voltaram pouco a pouco à normalidade e nunca mais foram incomodados por espíritos e chamadas do Além. Mas sempre tinham receio de alguma chamada ou de alguma coisa menos vulgar.
Enfim, esta aventura foi a mais difícil de superar para os Pequenos Grandes Heróis e deixará enormes marcas nas suas vidas.Mas eles, estavam preparados para mais uma aventura
[1] Texto retirado do livro: Buffy, a Caçadora de Vampiros – A Colheita, escrito por Richie Tankersley Cusick, baseado no argumento de Joss Whedon da Editorial Verbo. (adaptado)

Pequenos Grandes Heróis (Personagens)

Liliane



Nome completo: Liliane Margarida Freire Pereira
Data de nascimento: 19 de Março de 2002
Idade: 13
Signo: Peixes
Morada: Lisboa, Portugal
Profissão: modelo
Habilitações literárias: 8º ano
Passatempos: andar de Fastbike, passear e fazer compras
Cor preferida: rosa
Animal preferido: gato
Comida preferida: salada de atum e água
Fruta preferida: morango
Cantor(a) preferido(a): Jojo
Destino de sonho: França

Liliane é uma rapariga sonhadora e um bocado distraída. É muito sensível e muito romântica. É muito amiga do Samuel, embora os dois terão algumas desavenças. Não suporta o Pui-li.

Samuel


Nome completo: Samuel Vasco Simões Sousa
Idade: 12
Data de nascimento: 7 de Janeiro de 2003
Signo: Capricórnio
Morada: Maputo, Moçambique
Profissão: construtor civil e dono de uma loja de artigos para construção civil
Habilitações literárias: 7º ano
Passatempos: trabalhar em construções importantes
Cor preferida: castanho
Animal preferido: leopardo
Comida preferida: búfalo com batatas cozidas e sumo de abacaxi
Fruta preferida: abacaxi e ananás
Cantor(a) preferido(a): Mercado Negro
Destino de sonho: Portugal

Samuel é um rapaz muito inteligente e trabalhador. Tem um bom sentido de humor e muita paciência. É muito amigo dos seus amigos. É perseverante e lutador. Não se dá muito bem com o Jimmy e com o Hugo.

Jimmy


Nome completo: Jim Paul Keys McGuire
Idade: 15
Data de nascimento: 17 de Abril de 2000
Signo: Carneiro
Morada: Nova Iorque, Estados Unidos da América
Profissão: engenheiro informático
Habilitações literárias: 10º ano
Passatempos: estar em frente ao computador
Cor preferida: preto
Animal preferido: canário
Comida preferida: hambúrguer com batatas fritas e Coca Cola
Fruta preferida: uva
Cantor(a) preferido(a): Junior Jack
Destino de sonho: Tóquio, Japão

Jimmy é um rapaz empreendedor, gosta de tomar a iniciativa. É audaz, impulsivo e seguro de si mesmo. É muito sincero e directo. A relação com Hugo será acidentada. Dá-se bem com o Pui-li, com a Liliane e com o Samuel.

Doug



Nome completo: Douglas Joseph Adams Timberlake
Idade: 13
Data de nascimento: 27 de Julho de 2002
Signo: Leão
Morada: Sydney, Austrália
Profissão: dono de uma loja de artigos para desporto; surfista profissional
Habilitações literárias: 8º ano
Passatempos: surf
Cor preferida: azul
Animal preferido: golfinho
Comida preferida: pizza de chouriço e Sprite
Fruta preferida: laranja
Cantor(a) preferido(a): Missy Elliot
Destino de sonho: Algarve, Portugal

Doug é um rapaz sincero e que inspira grande confiança. É adepto do risco e adora desportos radicais. Dá-se bem com o Jimmy, com o Hugo e com o Pui-li. A Liliane é com quem se dá pior.

Alan


Nome completo: Alan Louis Mukavant Manak
Idade: 10
Data de nascimento: 18 de Setembro de 2005
Signo: Virgem
Morada: Gronelândia
Profissão: biólogo marinho
Habilitações literárias: 5º ano
Passatempos: pesca
Cor preferida: azul
Animal preferido: foca
Comida preferida: salmão fumado e limonada
Fruta preferida: pêra
Cantor(a) preferido(a): Björk
Destino de sonho: Alasca, E.U.A

Alan é um rapaz muito activo e adora aprender. É um bocado meticuloso, reservado, tímido e sensível. Detalhista e observador, não lhe escapa nada! Dá-se bem com o Samuel e dá-se mal com o Pui-li.

Pui-li



Nome completo: Pui-li Takeru Kido Takiashi
Idade: 13
Data de nascimento: 29 de Novembro de 2002
Signo: Sagitário
Morada: Tóquio, Japão
Profissão: veterinário
Habilitações literárias: 9º ano
Passatempos: ler, ouvir música, passear os cães, judo, regar as plantas, observar as estrelas, jogar no computador e ir aos bares e discotecas
Cor preferida: vermelho
Animal preferido: cão
Comida preferida: sushi e sumo de maçã
Fruta preferida: maçã
Cantor(a) preferido(a): Ayumi Hamasaki, Buck Tick, Glay e Siam Shade
Destino de sonho: Los Angeles, E.U.A

Pui-li é um rapaz um bocado infantil e é defensor dos animais. Tem necessidade de estar rodeado de amigos e sentir-se querido constantemente. É aventureiro e com muito sentido de humor. Adora desporto, cinema e saídas à noite. É optimista e é muito difícil vê-lo triste. Dá-se bem com o Jimmy e com o Doug e dá-se mal com o Alan e com a Liliane.

Hugo


Nome completo: Hugo André Costa Faria
Idade: 16
Data de nascimento: 10 de Outubro de 1999
Signo: Balança
Morada: Rio de Janeiro, Brasil
Profissão: inspector
Habilitações literárias: 10º ano
Passatempos: ir aos bares e à praia
Cor preferida: verde
Animal preferido: arara
Comida preferida: picanha com feijão preto e sumo de manga
Fruta preferida: papaia
Cantor(a) preferido(a): Pitty
Destino de sonho: México

Hugo tem muita virtude, diplomacia e justiça. Não suporta a crueldade e está sempre disposto a ajudar. É doce, carinhoso, romântico e é muito sociável. Mas tem um grande defeito: muda de opinião como cata-ventos!
Não se dá muito bem com o Jimmy e dá-se bem com o Doug e com a Liliane.

Júlio



Nome completo: Júlio Filipe da Câmara Ferreira
Idade: 13
Data de nascimento: 21 de Novembro de 2002
Signo: Escorpião
Morada: Coimbra, Portugal
Profissão: cientista
Habilitações literárias: 8º ano
Passatempos: fazer experiências estúpidas
Cor preferida: verde seco
Animal preferido: mutante
Comida preferida: cozido à portuguesa e laranjada
Fruta preferida: figo
Cantor(a) preferido(a): não gosta de ouvir música
Destino de sonho: Luanda, Angola

Júlio é muito impulsivo, com grande magnetismo e puro carisma. Emociona-se facilmente e ninguém fica indiferente à sua sabedoria. É machista. Entende-se com a Augusta e é um inimigo temível.

Augusta


Nome completo: Augusta Josefina Pinto Silva
Idade: 11
Data de nascimento: 12 de Julho de 2004
Signo: Caranguejo
Morada: Luanda, Angola
Profissão: ajudante de cientistas
Habilitações literárias: 6º ano
Passatempos: limpar a casa e trabalhar
Cor preferida: roxo
Animal preferido: macaco
Comida preferida: tudo o que se coma
Fruta preferida: banana
Cantor(a) preferido(a): todos os cantores angolanos são bons
Destino de sonho: África do Sul

Augusta é sensível e muito leal. É meiga, romântica e carinhosa. Dá-se bem com o Júlio.


Nome completo: Fernandino Vladimir Ceausescu Eminescu
Idade: 13
Data de nascimento: 17 de Setembro de 1920
Data de falecimento: 14 de Novembro de 1933
Signo: Virgem
Morada: Transilvânia, Roménia
Profissão: desempregado
Habilitações literárias: 5º ano
Passatempos: morder pescoços para sugar sangue
Cor preferida: vermelho escuro
Animal preferido: morcego
Comida preferida: carne humana e sangue
Fruta preferida: toranja
Cantor preferido: Marilyn Manson
Destino de sonho: Moldávia

Fernandino era um rapaz malvado, que adorava fazer asneiras e feitiços no cemitério, juntamente com o seu melhor amigo Tadeu. Foi morto por um Vampiro Mestre e Fernandino tornou-se seu escravo.

Tadeu



Nome completo: Tadeu Nicolae Eliade Brancusi
Idade: 13
Data de nascimento: 28 de Junho de 1920
Data de falecimento: 14 de Novembro de 1933
Signo: Caranguejo
Morada: Transilvânia, Roménia
Profissão: desempregado
Habilitações literárias: 4º ano
Passatempos: morder pescoços para sugar sangue
Cor preferida: preto
Animal preferido: aranha
Comida preferida: carne humana e sangue
Fruta preferida: castanhas
Cantor preferido: HIM
Destino de sonho: Macedónia

Tadeu é o melhor amigo de Fernandino e juntos faziam Magia Negra no cemitério. Tinha problemas com a vizinhança e com os estudos, tendo reprovado muitas vezes. Também foi mordido pelo Vampiro Mestre, tornando-se no seu escravo.

Rosabel



Nome completo: Rosabel Isabella Lorenza Pascal
Idade: 12
Data de nascimento: 5 de Fevereiro de 2003
Data de falecimento: 2 de Novembro de 2015
Signo: Aquário
Morada: Transilvânia, Roménia
Profissão: desempregada, mas vende farturas
Habilitações literárias: 6º ano
Passatempos: vender farturas
Cor preferida: vermelho
Animal preferido: lobo
Comida preferida: Torta de Cogumelos
Fruta preferida: abacate
Cantor preferido: The Rasmus
Destino de sonho: Albânia

Rosabel era uma rapariga normal e assustada, até ao dia em que foi mordida por Fernandino e Tadeu, tornando-se numa vampira.
Uma rapariga muito leal, conquista a confiança do Mestre, que a torna sua Hospedeira.

Kate


Nome completo: Kate Angélica Wisel Levi
Idade: 12
Data de nascimento: 19 de Abril de 2003
Signo: Carneiro
Morada: Transilvânia, Roménia
Profissão: curandeira e Caçadora de Vampiros
Habilitações literárias: 7º ano
Passatempos: comunicar com os mortos
Cor preferida: azul
Animal preferido: periquito
Comida preferida: Maçãs à Júlio César
Fruta preferida: maçã
Cantor preferido: Libera
Destino de sonho: Bielorússia

Kate é uma curandeira que salvará a vida dos Pequenos Grandes Heróis, juntamente com Abel.
É uma rapariga confiante, optimista e vaidosa.
Pânico na Escola

sábado, janeiro 14, 2006

Capítulo 1

A emoção de ir para a escola

Henry já estava farto de estar em casa.
A tia Ruth, estava na cozinha, a ajudar a irmã a fazer o jantar.
- Henry o jantar está pronto. – informou a mãe, a Mrs. Howard.
Henry desceu e foi comer.
Depois do jantar foi ver televisão. Pensou nos amigos. Mas que saudades tinha deles.
No dia seguinte foi à cozinha tomar o pequeno almoço, foi quando viu uma carta para ele.
- Mas que carta é esta? Não é dos meus amigos, nem dos meus familiares. Então de quem será? – perguntou o Henry.
Henry começou a ler o envelope:
Senhor H. Howard
Privet Drive, N.º, 8
Little Whinging
Surrey

Abriu a carta e leu:
COLÉGIO DAS QUATRO MURALHAS
Director: Ben Taylor
Caro Sr. Howard,
É nosso prazer informá-lo de que tem um lugar à sua espera no Colégio das Quatro Muralhas. Junto enviamos uma lista dos livros e equipamentos necessários. O ano lectivo começa a 1 de Setembro.
Atenciosamente
Bridget Hollyer
Subdirectora

Depois de Henry ter lido a carta duas vezes, é que percebera que lhe estavam a convidar para ir a um colégio.
- Devem estar a brincar comigo. – rosnou o Henry. Desde quando é que me inscreveram no colégio? Ai, quando eu descobrir quem é que me fez esta carta para gozar comigo, garanto que não se safa.
- O que foi, Henry? Porque estás a gritar? – inquiriu a mãe, a Mrs. Howard.
- Nada, mãe. Só recebi uma carta a gozar comigo. – respondeu o Henry, entregando-lhe a carta para a mãe ler.
Mrs. Howard leu a carta e suspirou:
- Filho, não estão a gozar contigo.
Mrs. Howard sacudiu o cabelo loiro comprido para trás.
Henry tinha igualmente a mesma cor de cabelo.
Henry fitou a mãe com os seus olhos azuis brilhantes com cara de assombro.
Mrs. Howard retribuiu o mesmo olhar, mas não dirigiu palavra.
Na hora de almoço, Henry contou tudo ao pai e à tia.
- É verdade, vais para um colégio, vai-te fazer bem. – assegurou o Mr. Howard.
- Acho que não. Ele vai sentir a falta dos amigos... – discordou a tia Ruth.
- Tens razão, Ruth. – pensou a Mrs. Howard.
- Não, não tem.– desdisse o Mr. Howard.
- Sabes, tia? Acho que tens razão! Os meus amigos iam ter saudades minhas, e eu deles. – admitiu o Henry.
Henry saiu da mesa e ficou muito entusiasmado.
- Vou para um colégio, e vou conhecer novos amigos! Estou ansioso para fazer as malas e ver como são as coisas do colégio! O pior é que vou sentir saudades dos meus amigos. – exclamou o Henry.
Henry não conseguia dormir, tal era a sua emoção.
E pôs-se a sonhar como seria o Colégio das Quatro Muralhas.

Capítulo 2

Pull and Bear

Henry pegou na lista dos equipamentos necessários.
- De que é que precisas? – perguntou a Mrs. Howard.
Henry abriu uma segunda folha de papel e leu:
COLÉGIO DAS QUATRO MURALHAS
Uniforme
Os alunos do primeiro ano do ensino secundário vão precisar de:
1. Três mantos pretos
2. Um sobretudo de Inverno preto com fechos prateados
3. Camisa branca
4. Calças pretas (para rapazes) e saias pretas curtas (para raparigas)
5. Gravata azul com contrastes vermelhos
6. Por favor tenha em atenção que as roupas de todos os alunos devem ter etiquetas com os nomes.

Série de livros
Todos os alunos deverão ter um exemplar dos seguintes livros:
Extreme (grau3), por Bathilda Bagshot
Club des Mots, por Adalbert Waffling
História 3, por Emeric Switch
Matematicamente Falando, por Phyllida Spore
Ciências da Natureza, por Arnesius Jigger
Geografia 3, por Newt Scamander
Física e Química, por Quentin Trimble
Nota: Os alunos deverão trazer uma mala para guardar as roupas e acessórios pessoais.
Desde já, o Colégio não se responsabilizará pelo desaparecimento dos bens pessoais dos alunos.
Informamos os pais, que as notas no final do ano, serão dadas no dia 8 de Julho numa caderneta.
Henry e a mãe, desceram umas escadas, atravessaram uma praça e uma rua estreita.
Entraram numa loja, chamada Pull and Bear.
Foi aí que compraram o uniforme. Subiram as escadas para a secção dos livros. Compraram-nos.
Depois das compras foram lanchar no Burger King.
- Quero uma Cheeseburger e Coca Cola. – pediu o Henry.
- Quero a mesma coisa, mas em vez da Coca Cola, quero uma água. – pediu a Mrs. Howard.
Comeram e foram passear pelas ruas.