domingo, fevereiro 05, 2006

Capítulo 17

O interrogatório

Júlio e Augusta foram levados à esquadra.
- Mas que estupidez! Funciona! – admirou-se o Júlio. – Sou o cientista mais estúpido que existe! Vou ganhar o prémio estúpido de melhor cientista estúpido!
Os polícias olharam-no de soslaio, era evidente que aquele cientista não regulava muito bem da cabeça.
- Muito bem! Comecemos por interrogar o senhor Júlio. – decidiu o chefe. – O senhor é que tem a culpa do sucedido?
- Claro, seu estúpido! – assentiu o Júlio. – Só eu posso fazer coisas estúpidas!
- Respeite a autoridade! – ordenou um dos polícias.
- Eu sou uma autoridade estúpida, ouviste seu estúpido? – contrapôs o Júlio.
O polícia teve vontade de o agredir, mas conteve-se.
- Porque é que o senhor, nomeadamente cometeu este crime? – interrogou o chefe.
- Eu passo a citar: eu quando era um pequeno estúpido, eu estive quase a morrer afogado, pois o meu estúpido pé ficou preso a uma alga estúpida... – explicou o Júlio.
- E? – o chefe não estava a perceber o motivo do crime de Júlio.
- E eu quis acabar com todo o tipo de vida lá existente. – respondeu o Júlio.
- O senhor acha que isso é um motivo crente para cometer o que cometeu? – inquiriu o chefe.
- Sim. – respondeu o Júlio.
- E este mutante? Qual é a causa desta transformação? – questionou o chefe.
- Eu deitei produtos asquerosos e estúpidos na água do mar através de um tubo estúpido que ligava o meu laboratório estúpido ao mar. – respondeu o Júlio. – E estes produtos estúpidos faziam que quem pusesse lá os pés, se transformasse num mutante estúpido.
- E quais são nomeadamente esses produtos? – perguntou o chefe.
- Óxidos de azoto, dióxido de enxofre e outros produtos altamente tóxicos e estúpidos. – respondeu o Júlio.
- O senhor não se sente culpado por aquilo que fez? O senhor destruiu muitas vidas, nomeadamente da sua ajudante... – espantou-se o chefe.
- Não. – afirmou o Júlio. – É bem feito a essa estúpida se ter transformado em mutante estúpido.
Augusta não aguentou mais e começou a agredi-lo com uma força sobrenatural.
- Parem já com isso! – ordenaram o chefe e os restantes polícias, tentando separá-los.
- E a senhora? Também é culpada por tudo isto... – começou o chefe.
- Sim, mas eu nunca concordei com ele e só trabalhei com ele para ganhar dinheiro e também não sabia de nada do seu projecto, mas quando percebi, já era tarde demais... ele ameaçou-me de morte se eu contasse a alguém tudo sobre o projecto. – declarou a Augusta.
- Vocês vão estar em prisão preventiva a aguardar julgamento perante o Senhor Meritíssimo Juiz. – disse o chefe.
Augusta não aceitou a sua prisão e pegou na pistola de um dos polícias e suicidou-se.
- É mesmo estúpida, a Augusta! – exclamou o Júlio.

Passado uma semana...

- Já sabem das últimas? – perguntou o Samuel.
- Não, conta lá. – pediu o Jimmy.
- O Júlio já depôs a tribunal e foi condenado a vinte e cinco anos de prisão e Augusta suicidou-se. – anunciou o Samuel.
- Fixe! – contentou-se o Alan. – É muito bem feito!
- Tinha ou não tinha razão face àquela casa? – brincou o Samuel.
- Tinhas. – assumiu a Liliane.
- Temos de ir buscar o Pui-li ao hospital. – disse o Doug.
- Já me tinha esquecido dele... – exclamou a Liliane. – Ele não nos ajudou em nada...
- Ele não teve culpa, esteve doente... – contrapôs o Doug.
- O Doug tem razão. – disse o Samuel. Ele não nos ajudou porque não pôde, mas sempre acreditou que nós iríamos conseguir desvendar o mistério dos mutantes.
Jimmy mandou um e-mail ao inspector Hugo Faria três dias antes, a contar o sucesso da missão. E neste momento estava a ler um e-mail do inspector:

De: hugo_faria@yahoo.com.br
Para: jimmy_macguire@hotmail.com
Assunto: o vosso sucesso

Eu sabia que podia contar com vocês! Estou muito contente com o vosso trabalho. Hoje mesmo chegarei a Angola, portanto me venham receber. Chego aí daqui a dez minutos.
Parabéns para toda a equipe!

- O inspector Hugo Faria vem aí? – espantou-se o Samuel.
- Sim. – respondeu o Jimmy.
- Então só um de nós pode ir buscar o Pui-li ao hospital. – sugeriu o Samuel. – Liliane, sabes conduzir?
- Sei. – respondeu ela.
- Então não te importas de seres tu a trazer o Pui-li? – perguntou o Samuel.
- Não, claro que não. – respondeu a Liliane.
Samuel deu as chaves do jipe à Liliane.
- Sabes o caminho, não sabes? – questionou o Samuel.
- Claro que sei. – assegurou a Liliane.
- Não é melhor alguém ir com ela? – inquiriu o Doug.
- Não é preciso, sei muito bem lidar com o Pui-li. – contrapôs a Liliane.
Liliane pegou nas chaves e entrou no jipe. Pôs o pé no acelerador e lá foi ela para o hospital.

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