domingo, fevereiro 05, 2006

Capítulo 3

Jimmy e Alan


Jimmy McGuire, um rapaz norte-americano de 15 anos estava no computador como sempre, numa manhã de Sábado.
Jimmy tinha cabelos pretos curtos e lisos e olhos azuis.
- Filho, o que estás a fazer? Anda comer! – chamou a mãe, a Sr.ª Megan.
- Estou a inventar um programa para fazer os trabalhos de casa. – respondeu Jimmy.
- Muito pensas que consegues inventar alguma coisa, mas não consegues inventar nada. – disse a mãe.
- Está bem mãe, deixa-me acabar isto! – exclamou o Jimmy.
- Não espero nada, vem já comer! – zangou-se a Sr.ª Megan.
- Está bem, mãe. – respondeu irritado, o Jimmy.
E lá desceu as escadas abaixo, para ir comer o que estava na mesa.
O pequeno almoço era ovos mexidos com salsicha.
- Mãe, eu praticamente falando, serei um grande engenheiro informático cientista. – desabafou o Jimmy.
- O que andas a aprontar desta vez? – quis saber a Sr.ª Megan.
- Estou a fazer um programa para fazer os trabalhos de casa...
- Espera aí! Tu andas a inventar, o quê? Tu é que tens de fazer os teus trabalhos e não o computador...
- Mãe, tenha calma...
- Tenho calma... ouve lá Jim Paul McGuire, tu não consegues inventar nada, só fazes experiências que não têm função nenhuma e além disso, as tuas experiências nunca dão certo. – disse a Sr.ª Megan.
- Mãe, eu não desistirei. Ainda vais ficar orgulhosa do teu filho. Não sabes da história do cientista Thomas Edison...
- Não comeces com as tuas histórias, por favor! Eu sei que ele falhou em muitas experiências... – contrariou a Sr.ª Megan.
- E então?
Jimmy foi interrompido pelo barulho da fechadura.
- Pai! – exclamou o Jimmy.
- Jimmy, meu filho! – espantou-se o Sr. Rudolph.
Jimmy e o pai já não se viam há alguns meses, pois os seus pais estavam divorciados.
- Não disseste que vinhas... – contrariou a Sr.ª Megan.
- Resolvi fazer uma visita surpresa. – respondeu o Sr. Rudolph.
- O que andaste tecnicamente a fazer? – perguntou o Jimmy.
- Estive nas Ilhas Fiji. Mergulhei no Oceano Pacífico onde vi os recifes de coral e os atóis; e também estive na Alemanha, onde tínhamos de tentar salvar as espécies que estavam em risco de desaparecer por causa do desflorestamento da Floresta Negra . – respondeu o Sr. Rudolph.
O Sr. Rudolph era ecovoluntário. Trazia sempre vestido uma T-shirt e um boné da World Wildlife Find[1].
- Uau! – exclamou o Jimmy. – O teu trabalho é tão fixe!
- Pois é! Eu adoro! Foi lá na Alemanha que eu conheci a Fam, uma ecovoluntária do Green pace, muito simpática. – disse o Sr. Rudolph.
- E?... – perguntou o Jimmy.
- Eu e ela estamos a namorar...
- És sempre o mesmo, Rudolph! – zangou-se a Sr.ª Megan. – Divorciaste-te de mim e já andas atrás de moças!
- Precisamente por eu estar divorciado é que eu comecei a namorar a Fam.
- Eu não namoro... – começou a Sr.ª Megan.
- Não namoras porque não queres; ninguém te proíbe. – respondeu o Rudolph.
- Já estão a discutir! Vou mas é para o quarto. – disse o Jimmy.
Jimmy foi para o quarto fazer experiências no computador, enquanto os pais discutiam.

ü

Alan Manak, um esquimó de 10 anos, estava a almoçar pão, massa, chouriço, salsichão, patê, manteiga, chocolate, frutos secos, bolachas, sopa quente e limonada, juntamente com a sua família e amigos.
Alan tinha cabelos castanhos curtos, lisos e olhos verdes.
Depois do almoço, ele e mais os seus amigos pegaram nos seus kayaks e foram navegar em Tunulliarfik passando pela moreia submersa do fiorde Qooroq, onde estão encalhados dezenas de grandes icebergues, formando um magnífico espectáculo, (travessia do fiorde), onde apanharam mexilhões.
Quando chegaram às suas cabanas, os pais deles estavam a preparar-se para pescar.
- O que é que vão pescar? – perguntou o Alan.
- Salmão. E o que é que trazes aí no saco? – quis saber o Sr. Qüatak.
- Mexilhões para o jantar. – respondeu o Alan.
- Muito bem! Vai leva-los à mãe para ela pô-los no congelador, senão estragam-se... – avisou o Sr. Qüatak.
- Mãe, os mexilhões! – gritou o Alan para a mãe, enquanto dirigia-se a casa.
- Foram apanhar mexilhões? Mas isso é perigoso! – alarmou-se a Sr.ª Björk.
- Mas conseguimos. – disse o Alan. – Mete-os no congelador.
- Está bem. O teu pai foi apanhar salmão...
- Eu sei, eu vi-o. – interrompeu o Alan.
- Vai brincar com os teus amigos. – pediu a Sr.ª Björk.
- Não, eu vou com o pai pescar salmão. – desdisse o Alan.
- Não! É muito perigoso, tu ainda és uma criança. – discordou a Sr.ª Björk.
- Já não sou uma criança, mãe. Eu cresci, já tenho 10 anos. – lembrou o Alan.
A Sr.ª Björk ia chamá-lo á razão, mas Alan já estava nas correrias lá para fora.
- Pai, quero ir contigo. – chamou o Alan.
- Não, vai para o iglô, brincar com os teus amigos. – desdisse o Sr. Qüatak.
- Mas eu e eles já fomos sozinhos apanhar mexilhões... – Alan tentou convencer o pai.
- Está bem, venham lá connosco. – concordou o Sr. Qüatak, enquanto sorria.
Alan e os amigos subiram para os kayaks e o Sr. Qüatak enfiou-lhes um colete salva vidas.
Pescaram dois salmões bem grandes. Quando chegaram a casa, já era hora de jantar. A Sr.ª Björk já estava a refogar os mexilhões.
- Chegámos! – acenaram os “pescadores”.
- Que grandes salmões! – exclamou a Sr.ª Björk. – Estás bem, filho?
- Claro que estou, mãe. – respondeu o Alan.
Jantaram uma bela refeição. Refugado de mexilhões com salmão fumado e laranjada.
[1] World Wildlife Find que em Português quer dizer “Encontro da Vida Selvagem” é uma fundação norte-americana que protege a vida animal.

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