sábado, janeiro 14, 2006

Capítulo 21

A festa de Natal

Passado 1 mês...


Era dia de Natal e a directora Alice Kerrod proibiu as férias de Natal. Mas deixou que festejassem este dia, mas por grande insistência por parte do professor Ralph Brown.
Desta vez, havia muitas cartas a desejar Boas Festas e muitos presentes. Mas claro, que foi tudo confiscado pela professora Alice Kerrod.
- Poça, ela abriu e confiscou tudo! – espantou-se o Eric.
- Ela é muito desconfiada! – opinou o Henry.
- Não sei como é que o professor Ralph ainda não desconfiou dela! – admirou-se a Andy.
- O amor é cego. – respondeu a Alanis.
- O que é que os teus pais te deram? – perguntou o Eric.
- Um gameboy e dois jogos. – respondeu o Henry. – E tu? O que é que recebeste?
- Um par de meias. – respondeu tristemente, o Eric.
- Pelo menos dá para aquecer os pés... e tu, Andy? O que recebeste? – quis saber a Alanis.
- Umas calças e uma blusa muito giras e tu? – inquiriu a Andy.
- Uma caixa de chá de jasmim. – respondeu a Alanis.
- Para que queres isso? – quis saber o Henry.
- Para beber. – respondeu a Alanis.
O programa para a festa de Natal era só um grupo coral constituído por crianças de Londres e a eleição para os melhores contos de Natal.
- Atenção, atenção! Vamos apresentar os contos vencedores e cujos escritores! – anunciou a directora da escola. – Bridget...
- E os melhores contos de Natal do ano de 2004 intitulam-se por: Em 3º lugar: “John Peter e o Pai Natal” escrito por Henry Howard, em 2º lugar: “Ralph, o Elfo” escrito por Alanis Takichawa em 1º lugar, a “Magia do Natal” escrito por Andy Foster. – anunciou a Bridget.


Jonh Peter e o Pai Natal


Era uma vez um menino pobre chamado John Peter.
Era uma criança honesta e simpática, embora ninguém gostasse da sua presença, porque era uma criança abandonada.
Era véspera de Natal, foi a uma loja de brinquedos, pegou num avião e começou a brincar com ele.
O homem da loja perguntou:
- Queres comprar esse avião? Custa 15£.
- Queria, mas não tenho dinheiro... – respondeu o John Peter envergonhado.
- Então, porque estás a mexer no avião?! Desanda daqui, já. – ordenou o senhor da loja.
John Peter saiu da loja sem vontade nenhuma e começou a chorar. Mas de repente ouviu uns sininhos, olhou para o céu e viu um trenó com renas, e dentro dele havia um velho gordo vestido de vermelho.
Esse tal senhor foi ter com o John Peter e perguntou-lhe:
- O que queres para o Natal? É que não me escreveste uma carta!?
- Queria um avião para brincar... Quem é o senhor?!
O senhor deu uma grande gargalhada e respondeu-lhe:
- Não sabes quem eu sou?! Sou o Pai Natal!
John Peter ficou ainda mais admirado e perguntou:
- Pai Natal?! E o que é que ele faz?
O Pai Natal respondeu-lhe:
- Eu? Meu caro amigo! Eu dou presentes a todas as crianças do mundo no dia de Natal. Por isso vou dar-te o avião que tanto desejas.
- Toma, John Peter, tu mereces!
- Obrigado! – agradeceu o John Peter ao Pai Natal.
O Pai Natal subiu para cima do trenó, mas John Peter perguntou:
- Posso ir consigo? É que eu não tenho família nem amigos...
E o Pai Natal pensou.
- Deixa-me cá ver aonde me podes ser útil... Claro, sobe para o trenó e vamos entregar alegria a todas as crianças do Mundo.
John Peter subiu para o trenó e em poucos segundos estavam a elevar-se nos céus escuros da noite.
John Peter entregou os presentes e desejando a todos:
- “Feliz Natal!”

Henry Howard, 1º ano, Saviors

Ralph, O Elfo


O Pai Natal estava muito atarefado com as cartas que iam chegando, pois eram muitas.
- Nicky, chegou mais uma carta. – informou o Pai Natal.
- De quem é? O que deseja? – quis saber a Nicky.
- É da Daisy e do Donald. A Daisy quer uma boneca e o Donald quer uma play station. – respondeu o Pai Natal.
Nicky anotou num caderno de notas.
- Chegou mais uma carta. É da Margaret e do Mickey. – avisou o Ralph.
- O que é que eles querem? – perguntou a Nicky.
- A Margaret quer uma caixa de maquilhagens e o Mickey quer um avião. – disse o Ralph.
Nicky anotou no seu caderno de notas.
Ralph e Nicky eram dois dos muitos elfos que ajudavam o Pai Natal.
Eram do tamanho de uma criança de 3 anos, tinham orelhas grandes e eram muito feios. O que os obrigava a esconderem-se dos humanos.
- Vou avisar os operários o que têm de fazer. – disse Nicky.
Quando Nicky se foi embora, Ralph suspirou:
- A Nicky nunca repara em mim...
- Não te preocupes, Ralph, isso é porque ela tem muito trabalho, ela ainda continua a ser tua amiga. – tranquilizou o Pai Natal.
- Isso eu sei. Mas eu queria que ela fosse mais que uma amiga... – continuou o Ralph.
- Não me digas que estás apaixonado pela Nicky! – espantou-se o Pai Natal.
- Sim. – declarou o Ralph.
- Bem, isso vai ser bastante mais complicado, ela não liga muito a coisas tão sentimentais, como o amor. – observou o Pai Natal.
Ralph ficou muito triste. Entregou todas as cartas ao Pai Natal que ele recebia.
John Peter trabalhava com muito afinco e emoção.
- Muito bem, John! Estou a ver que melhoraste bastante! – exclamou a Nicky.
- Pois ele esforçasse muito. – concordou o Dobby, um dos elfos mais experientes na construção de brinquedos. – Eu precisei de 2 anos para melhorar.
- Obrigado, são muito gentis da vossa parte. – agradeceu o John.
- Ralph, vai entregar estas cartas à Nicky, para ela anotar no seu caderno. – disse o Pai Natal.
- Sim, Senhor. – obedeceu o elfo.
Ralph entregou as cartas a Nicky, dizendo:
- O Pai Natal mandou-me entregar estas cartas para anotares no teu caderno.
- Sim, sim, eu sei... – suspirou a Nicky.
Nicky anotou no caderno e informou aos operários:
- Têm de construir mais 82.000.000 bolas, 8.140.000 bonecas, 10.200.000 telemóveis, 5.240.000 play station’s, 39.700.000 game boy’s!
Os operários puseram mãos à obra.
- Ela continuou a não olhar para mim... – chorou o Ralph.
O Pai Natal não queria pôr o elfo ainda mais triste, porque sabia que Nicky não lhe gramava mesmo nada.
Nicky veio ter com eles e Ralph estremeceu. Ela porém, não lhe ligou nenhuma.
- Mais alguma carta, Senhor? – inquiriu a Nicky.
- Temos aqui mais 58.500.000 cartas. – retorquiu o Pai Natal.
- Tantas cartas! – exclamou a Nicky.
- É verdade. – admitiu o Ralph. – É assim todos os anos!
Nicky olhou-o de soslaio, com cara de quem dissesse: «Aquele faz-se de muito esperto, mas na realidade é um grandessíssimo totó.»
Ralph reparou nesse olhar e calou-se.
- Vieram mais 10.500.000 cartas! – informou o Pai Natal.
Nicky anotou e foi informar os operários.
O Pai Natal olhou para o relógio e viu que já passava da meia noite.
- Ralph, vai ver se os operários já acabaram de fazer os brinquedos.
- Sim, Senhor. – obedeceu o Ralph.
Ralph foi ver se já estava tudo pronto.
- Ainda não acabaram?! Vá, lá, despachem-se, já passa da meia noite têm de ir dormir. Se não conseguem trabalhar nada de jeito vão trabalhar até amanhã de manhã. – replicou o Ralph.
- Está quase. – responderam os operários.
- Seus molengões! – gritava o Ralph.
- Ralph, seu estúpido! Queria ver se fosses tu, a trabalhar com tanto esforço para depois vir alguém contrariar o teu trabalho... não gostavas pois não? – contrariou a Nicky.
- Mas, Nicky... – começou o Ralph.
- Nem mas, nem meio mas. Tu és estúpido; não sei como é que aguento estar ao pé de ti, depois não te admires que não tenhas amigos. Se tu és mau, mandão e maçador, o que é que tu querias... – baldoou a Nicky. – Podem ir descansar.
Nicky virou as costas ao Ralph e afirmou:
- Não te quero ver mais na minha frente.
Depois disto, estalou os dedos e desapareceu.
Ralph começou a chorar e John Peter foi ter com ele e tentou acalmá-lo:
- Não chores, eu também não tinha amigos.
- Mas agora tens, eu nunca tive. – respondeu o elfo.
- E porque não tens amigos? – quis saber o John.
- Porque eu sou mandão. Mas eu juro que eu faço isso tudo pelo bem da fábrica dos brinquedos do Pai Natal. É que uma vez, eu despedi-me, porque já estava farto das aldrabices que os operários faziam só para me chatear. O Pai Natal disse que se precisasse de mim, iria contactar-me para eu vir trabalhar, e eu aceitei. Passado 1 ano, ele contactou-me para eu vir trabalhar e eu acedi.
Estava tudo numa desordem total, parecia o caos, só depois é que o Pai Natal percebeu que só o meu espírito mandão é que conseguiria manter esta fábrica em condições. Foi passado mais um ano que eu conheci a Nicky, foi amor à primeira vista, mas havia um problema: ela não gostava de mim, por ser mandão. Então eu deixei de ficar tão mandão só para a conquistar, mas nada de conseguir a paixão dela por mim, só consegui que esta fábrica voltasse a estar outra vez num caos infinito.
O Pai Natal disse para eu voltar a ser mandão e eu voltei a sê-lo. Mas juro que faço isso por trabalho. – explicou o Ralph.
John Peter sentiu pena do elfo e resolveu contar a verdade aos restantes elfos e além disso, a própria Nicky.
Mas não era necessário, Nicky ouvira a conversa toda do princípio ao fim.
- Nicky?! – exclamou o Ralph. – O que estás aqui a fazer?
- A ouvir a conversa, seu tolo. – respondeu a Nicky. – É verdade que gostas de mim?
- É. – respondeu Ralph, timidamente.
Nicky foi ao pé dele e abraçou-o.
Os restantes elfos e o Pai Natal saíram dos seus esconderijos e bateram palmas.
- Nicky, queres namorar comigo? – perguntou o Ralph.
- Sim. – respondeu a Nicky.
Beijaram-se e todos bateram palmas.
No dia seguinte todos os operários levantaram-se para trabalhar.
- Trabalhem, seus preguiçosos! – refilou o Ralph.
Todos sorriram e continuaram a trabalhar.

Alanis Takichawa, 1º ano, Courageous


A verdadeira magia do Natal

Era uma vez uma família, a família Montague constituída por sete elementos: Martha, a sua filha Linda, o seu esposo Philippe e os seus filhos: Sarah, a mais nova, Andrew, Cedric, os dois gémeos e a Rita, a mais velha. Aparentemente era uma família perfeitamente normal e unida mas, no entanto, não era bem o que parecia. Era difícil explicar o que lhes faltava porque não é nada que se explique facilmente, é algo que se sente. Mas, na verdade nenhum deles dava muito importância a isso, bem, excepto a mãe, Linda. Esta era a única pessoa na família que demonstrava ter sentimentos.
Era dia vinte e quatro de Dezembro e para todos era um dia normal, tirando a decoração da casa. É claro que todos sabiam que era véspera de Natal, mas praticamente todos ignoravam esse dia.
Linda acordara nesse dia um pouco desanimada por pensar que naquele dia em imensos sítios, todas as famílias celebrariam o Natal, todos excepto a sua família.
No entanto também com um pouco de esperança de a família ter mudado. Na verdade, em todos os Natais acordava com essa mesma esperança e preparava tudo como se fosse tudo normal. Mas quando todos acordaram, Linda constatou que estavam impacientes e um pouco aborrecidos. Então perdeu a sua esperança. Foi para a cozinha comportando-se normalmente.
Quando toda a família se juntou à mesa do pequeno almoço, Linda ainda tentou a sua sorte, dizendo: «Feliz Natal», em vão, todos continuavam na mesma.
E assim foi o resto do dia, até o telefone tocar. Foi a Rita quem atendeu e de seguida passou-o ao pai.
Depois de uma longa conversa, o pai pousou o auscultador e dirigiu-se à família dizendo:
- Acabaram-me de telefonar e... tenho de fazer uma viagem ainda hoje para os Estados Unidos. É mesmo urgente!
- E quanto tempo lá ficas? – perguntou Andrew, um dos gémeos.
- Não sei... – respondeu o pai.
- Mas amanhã é dia de Natal! – exclamou a Linda.
- É muito importante... – repetiu o pai.
E com mais um suspiro impaciente, foi para o quarto onde faria as malas. Dali a meia hora já as malas se encontravam junto á porta e o pai despediu-se de todos, um a um. Quando finalmente este se foi despedir da Linda, esta virou-lhe a cara. Todos começaram a olhar para ela surpreendidos com a sua reacção. Esta cerrou os punhos e gritou para toda a família, o que lhe apetecia dizer à anos atrás. Estava farta de tudo aquilo, daquela falta de sentimentos por parte de toda a gente.
Quando deu por si, já várias lágrimas lhe escorriam pelo rosto e todos olhavam para ela. Por fim, quando já não conseguia dizer mais nada, respirou fundo e olhou para todos à espera de uma reacção. Vendo que ninguém dizia nada, reforçou:
- Então? Não dizem nada?
- A mãe tem razão... – suspirou Rita. – Nesta casa, como em muitas outras, o Natal devia ser celebrado. É verdade que todos sabemos que gostamos muito uns dos outros, mas nunca é demais lembrá-lo todos os dias, tanto com palavras, como com um simples gesto.
- Sim... – reforçou a Sarah.
- Também acho! – disse Cedric.
- Bem... – disse por fim, Philippe. – Acho que têm razão!
Finalmente, nesse Natal toda a família se reuniu, acendeu velas, ceou e comportou-se como uma família normal, como sempre demonstrou ser, mas com muito mais sentimento, mais alegria. Porque realmente o Natal não se resume a palavras, não se explica facilmente, é uma coisa que se sente.[1]

Andy Foster, 1º ano, Saviors


- E agora, tenho a honra de apresentar o grupo coral de Londres. – anunciou a Alice Kerrod.
Os miúdos cantaram músicas de natal e de seguida, foram todos cear.
Pela primeira vez na escola, (durante o “mandato” de Alice Kerrod) havia muito boa comida, tal como: peru com batatas assadas, azeitonas, Bolo de Natal e filhós.
Foram-se deitar, amanhã será um novo dia...











[1] O texto: “A Magia do Natal” foi escrito por: Sofia Noronha, Ana Oliveira, Marília Furtado, Sofia Câmara e Romina Sodoma.

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