sábado, janeiro 14, 2006

Capítulo 27

Os preparativos para a festa do Dia Mundial da Criança e uma grande confissão

A professora Caroline Spears era a mais empenhada e atarefada.
Foi ter com o professor Timothy Sawyer ver o cartaz alusivo.
- Está muito bonito! – exclamou a professora Caroline.
- Baseei-me na ideia do “contra o racismo”. – disse o professor de Educação Visual.
- Muito bem pensado. – exclamou a professora de Educação Moral Religiosa Católica.
O cartaz tinha um desenho do globo terrestre e várias crianças de todas as raças que estavam a brincar juntas muito alegres. E por último, como enfeite, além da designação: “A criança enche o nosso mundo de esperança”, o cartaz estava enfeitado com marcas de mãos de crianças de várias cores, desde o verde, ao amarelo, vermelho, azul, roxo...
Caroline Spears pediu a ajuda do seu marido e de alguns alunos para colocar o cartaz.
- Mark, o que é que tu planeaste? – quis saber a Caroline Spears.
- As raparigas dos Strong organizaram uma dança e os rapazes organizaram uma partida de futebol. As raparigas dos Honest organizaram uma partida de voleibol e os rapazes organizaram uma partida de natação. Os rapazes dos Courageous organizaram uma partida de basquetebol e as raparigas um concurso de talentos. Os rapazes dos Saviors organizaram uma sessão de filmes e as raparigas uma passagem de modelos. – informou o professor Mark Kerrod.
- O programa está óptimo, meu amor! – surpreendeu-se a professora Spears. – Vamos já colocar os programas e abrir as inscrições.



- Em qual dos programas vais inscrever-te? – perguntou o Eric, ao Henry.
- Á partida de futebol, e tu? – questionou o Henry.
- Á passagem de modelos. – respondeu o Eric.
- O quê?! Mas isso é para miúdas! – espantou-se o Henry.
- Sabes que mais? O meu maior sonho era ser estilista e modelo. Eu não acho que a moda seja só para raparigas. – ofendeu-se o Eric.
- Tens razão, a moda já conquistou o «mundo dos homens»! – exclamou o Henry.
- Olá, Andy! – saudou o Eric.
- Olá. – respondeu a Andy, sem agrado.
- Em que vais concorrer? – quis saber o Eric.
- Na passagem de modelos. – respondeu ela. - E tu?
- Também. – respondeu ele.
Andy ficou espantada:
- E tu, Henry? Também te vais inscrever na passagem de modelos?!
- Não. Vou inscrever-me na partida de futebol. – respondeu o Henry.
- Andy! – saudou a Alanis.
- Alanis! – saudou a Andy.
- Em que vais inscrever-te? – quis saber a Alanis. – Eu, o Michael e o Bernard vamos inscrever-nos no concurso de talentos.
- Eu e o Eric vamos inscrever-nos na passagem de modelos e o Henry na partida de futebol. – respondeu a Andy.
- O Eric na passagem de modelos?! Muito bem, sim senhor! – admirou-se a Alanis.
- Alanis, preciso de falar contigo em particular. – informou a Andy.
Andy e Alanis foram à casa de banho das raparigas.
- Diz. – pediu a Alanis.
- Desculpa ter-te dito aquelas coisas...
- Quem tem de pedir desculpa, sou eu. Eu é que te chamei aqueles nomes tão feios, mas é que eu não estava à espera da tua revelação...
- Desculpa. Eu não sabia onde estava a minha cabeça quando te disse que gostava de ti...
- É... às vezes, a amizade é tão forte, que chegamos a pensar que estamos apaixonados pelos nossos melhores amigos. Aconteceu-me isso quando tinha oito anos. Havia um rapaz, lá na Coreia, que era um grande amigo meu. Estávamos quase sempre juntos. Ficava tão triste quando estava longe dele. O que sentia por ele era tão forte, que eu pensei que era amor... mas quando ele me pediu em namoro, percebi logo que não estava apaixonada por ele. Éramos amigos... era-me difícil aceitar o nosso namoro... por mais que eu tentasse e quisesse namorar com ele, não conseguia. Sabes porquê? – Andy abanou a cabeça. – Porque éramos amigos. A única coisa que sentíamos um pelo outro era amizade. Ele acabou por perceber isso com o passar do tempo... – desabafou a Alanis.
- Acho que foi isso que me aconteceu... – suspirou a Andy.
- Foi. – assentiu a Alanis. – Amigas outra vez?
- Sim. – respondeu a Andy, abraçando-a.

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