domingo, janeiro 15, 2006

Capítulo 2

Contos sobre vampiros


Os Pequenos Grandes Heróis dirigiram-se para o avião particular que os esperava para viajarem para a Roménia.
Quando lá chegaram, quiseram logo conhecer o país. Viram o edifício da Casa da Imprensa, a Casa Branca, o castelo Peles, passaram por Sighisoara, por Kirtsch, pela praça de Sibu, viram igrejas ortodoxas, o “Cemitério Feliz” em Sapinta. Mas o que os impressionou mais foi o castelo do Conde Drácula.
- Este lugar é tão místico! – surpreendeu-se o Pui-li.
- Estou muito cansada, é melhor irmos para o hotel e irmos descansar. – sugeriu a Liliane.
Foram para o hotel, onde comeram uma bela refeição.
- Aqui, no hotel, costumamos contar histórias de vampiros depois do jantar. – informou um dos empregados.
- Conte, conte. – pediu o Pui-li, entusiasmado.
- Vampirismo: a definição comum nos dicionários, serve como referência para a investigação: vampiro é um cadáver reavivado que levanta do túmulo para sugar o sangue dos vivos e assim reter a aparência da vida. Essa descrição certamente se adapta a Drácula, o vampiro mais famoso, mas é apenas um ponto de partida e rapidamente se prova inadequada quando nos aproximamos do reinado do folclore vampírico. De modo algum todos os vampiros se encaixam nessa descrição.
Por exemplo, embora o assunto quase sempre leve à discussão sobre a morte, nem todos os vampiros são corpos ressuscitados. Inúmeros deles são espíritos demoníacos desencarnados. Nessa ordem de ideias estão os numerosos vampiros e demónios vampíricos da mitologia indígena e os lamiai da Grécia. Os vampiros também podem aparecer como o espírito desencarnado de um morto que retém uma existência substancial; como no relato de muitos fantasmas, esses vampiros podem ser confundidos com um cadáver totalmente encarnado. Da mesma forma, no contexto literário secular moderno, os vampiros às vezes emergem como uma espécie diferente de vida inteligente (possivelmente do espaço sideral ou produto de mutação genética) ou ainda como seres humanos normais que têm um hábito em comum (como beber sangue) ou um poder extraordinário (com a possibilidade de "drenar" as pessoas emocionalmente). Os animais vampiros, do tradicional morcego aos deliciosos personagens infantis como Bunnicula e Conde Drackula, não estão de forma alguma ausentes da literatura. Portanto, os vampiros existem em numerosas formas, embora a grande maioria seja de mortos que ressuscitam.
Conforme é do conhecimento geral, a característica compartilhada por todas essas diferentes entidades vampíricas é sua necessidade de sangue, que retiram de seres humanos e de animais. Uma multidão de criaturas do mundo da mitologia tem sido chamada de vampiro na literatura popular simplesmente porque sugar o sangue periodicamente era um de seus muitos atributos. Todavia, quando consideramos o espectro total dos vampiros, a aparente definição comum cai por terra ou deve ser pelo menos consideravelmente suplementada. Alguns vampiros não tomam sangue, pelo contrário, roubam da vítima o que se julga ser sua força vital. A pessoa atacada por um vampiro tradicional sofre pela perda de sangue, o que causa uma série de sintomas: fadiga, perda de cor no rosto, apatia, motivação esvaziada e fraqueza. Várias condições que não envolvem perda de sangue também apresentam esses mesmos sintomas. Por exemplo, se não controlada, a tuberculose é uma doença que depaupera o organismo e é parecida com as tradicionais descrições resultantes do ataque do vampiro.
Os escritores românticos do século XIX e os ocultistas sugeriram que o vampirismo envolvia a perda de força psíquica para o vampiro e escreveram sobre relacionamentos psíquicos que pouco tinham a ver com a troca de sangue. O próprio Drácula citou a Bíblia ao afirmar que "sangue é vida". Portanto, não é necessariamente o sangue que o vampiro procura, mas a energia psíquica, ou a "força vital" que, acredita-se, que é levada por ele. A metáfora do psiquismo vampírico pode ser facilmente estendida para abranger vários relacionamentos nos quais uma pessoa rouba da outra elementos essenciais à vida, assim como governantes minam a força dos povos que dominam.
No outro extremo, alguns vampiros "modernos" são simplesmente bebedores de sangue. Eles não atacam nem drenam suas vítimas mas conseguem sangue de várias maneiras legais (como, por exemplo, localizando um doador voluntário ou as fontes de um banco de sangue). Nesses casos, o consumo de sangue tem pouco a ver com qualquer relacionamento contínuo com a fonte do sangue. Este, como os alimentos, é simplesmente consumido. Muitas vezes os vampiros modernos ainda dizem conseguir um alto-astral psicológico ou sexual ao beber sangue. – explicou o empregado.
- Ao longo dos tempos o mito dos vampiros atormentou em coes inteiras causando histerias incontroláveis e tirando o sono de muitas pessoas. Alguns relatos de vampiros reais permanecem até hoje sem explicação, mas, sendo criaturas sem sua existência cientificamente comprovada, as explicações mais lógicas estão ligadas a ''hematomania'', que é uma perturbação psicológica que causa fetiche de sangue. Presume-se que as pessoas que sofrem desta doença obtém o sangue por meio legal, mas alguns apelam para o crime. Entre essas pessoas podemos citar a Condessa Elizabeth Bathory (1560-1614), que matou mais de 600 pessoas para obtenção de sangue, o Marquês de Sade, Gilles de Rais, François Bertrand (1824-1849), Fritz Haarmann (1879-1924), Peter Kurten (1883-1931) e muitos outros também muito conhecidos. A lista abaixo se refere a assassinos cujos crimes podem ser classificados como vampíricos:Assassinatos Suspeitos:
1861 - Martin Dumollard de Montuel, França, foi sentenciado à morte por matar meninas para beber seu sangue.
1872 - Vicenzo Verzeni de Bottanauco, Itália, foi sentenciado a prisão perpétua depois de confessar-se culpado por dois assassinatos e quatro tentativas e que beber o sangue das vítimas lhe dava satisfação.
1897 - Joseph Varcher de Bourg, França, foi executado por matar doze pessoas das quais bebia o sangue através de mordidas no pescoço.
1916 - Após uma notificação de que Bela Kiss, Hungria, havia morrido na 1.a Guerra Mundial, seus vizinhos fizeram uma busca em sua propriedade e encontraram 31 corpos, todos estrangulados, com feridas no pescoço e o sangue drenado.
1920 - O nobre da Rússia Pós-Revolucionária, Barão Roman von Sternberg-Ungern, bebia sangue ocasionalmente, pois acreditava que era a reencarnação de Genghis Khan. Por esse e outros motivos foi executado.
1947 - Elizabeth Short, EUA, foi assassinada e teve seu corpo desmembrado. Constatou-se que seu sangue havia sido drenado.
1952 - Estelita Forencio de Pacce, Filipinas, mordeu várias pessoas sugando o sangue através da ferida. Ela foi detida e disse ter adquirido esses hábitos de seu marido e sofria essas crises regularmente.
1959 - Salvatore Agron de 16 anos, EUA, foi executado por vários assassinatos que cometeu durante a noite vestido como um vampiro estilizado por Bela Lugosi. Em seu julgamento alegou ser vampiro.
1960 - Florencio Roque Fernandes, Argentina, foi preso após o relato de mulheres dizendo que ele invadia seus quartos, mordendo-as e bebendo o sangue do ferimento.
1963 - Alfred Kaser, Alemanha, foi julgado por ter matado um menino de 10 anos, que esfaqueou e logo após bebeu o sangue.
1969 - Stanislav Modzieliewski, Polónia, foi condenado por sete assassinatos e seis tentativas. Em seu julgamento confessou achar o sangue delicioso.
1971 - Wayne Boden foi preso por uma série de assassinatos onde a vítima era algemada, violada e depois mordida no seio para beber seu sangue.
1973 - Kuno Hoffman, Alemanha, foi condenado a prisão perpétua após confessar ter matado e bebido o sangue de duas pessoas e violado vários túmulos para obtenção de sangue.
1979 - Richard Cottingham foi preso por violar, esfaquear e beber sangue de uma prostituta. Foi descoberto após ter matado várias mulheres e ter bebido sangue de quase todas.
1980 - James P. Riva matou sua avó a tiros e bebeu seu sangue. Segundo ele, foi induzido por uma voz de um vampiro que lhe dizia o que fazer.
1982 - Julian Koltun, Polónia, condenado à morte por violar sete mulheres e beber uma grande quantidade de seu sangue, duas acabaram por morrer.
1984 - Renato Antonio Cirilli foi julgado por morder e violar mais de 40 mulheres.
1985 - John Crutchley foi preso pela violação de uma mulher que aprisionou e bebeu o sangue. Mais tarde constatou-se que ele vinha bebendo o sangue de doadores complacentes há anos.
1987 - Num parque de San Francisco um homem que praticava cooper foi sequestrado e mantido num furgão por uma hora, enquanto um homem bebia seu sangue.
1988 - Uma mulher em Londres, durante um verão, levava suas vítimas para casa e os sedava, quando inconscientes, ela cortava seus pulsos e bebia o sangue. Presume-se que isso aconteceu no mínimo a seis homens. A mulher nunca foi detida.
1991 - Marcelo de Andrade, Rio de Janeiro, matou 11 crianças, bebendo seu sangue e comendo parte de suas carnes.
1991 - Tracy Wigginton, Austrália, foi condenada por esfaquear e beber o sangue de uma mulher, causando-lhe a morte. Como lésbica, Tracy declarou que bebia o sangue de suas parceiras normalmente.
1992 - Andrei Chikatilo, Rostov, Rússia, foi condenado à morte após confessar o assassinato de 55 pessoas que ele ''vampirizou'' e canibalizou.
1992 - Deborah Joan Finch foi julgada pelo assassinato de um vizinho, que esfaqueou 27 vezes para beber o sangue que saía dos ferimentos.

- Mas que horror! – exclamou a Liliane, cheia de medo.
Quando acabaram as histórias sobre vampiros, foram deitar-se.
Por volta da meia-noite, Liliane ouviu um uivo de um lobo e ficou cheia de medo.
De seguida, sentiu uma presença no quarto e viu uma sombra atrás da cortina. Foi espreitar, mas não viu nada.

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