sábado, janeiro 14, 2006

Capítulo 23

  • O que se passa com Alice Kerrod?

    Numa manhã de Quinta-feira, os Saviors iriam confrontar-se com um teste de Físico Química.
    “O teste foi fácil!”, foi a opinião da maioria da turma. Não admira! Passaram tantas horas a estudar... até que o horário de estudo implantado por Alice Kerrod está a reflectir positivamente nos resultados dos testes, mas é claro que se cansavam mais depressa e que depois de jantar só queriam ir para a cama dormir.
    - Acharam o teste fácil? – perguntou a professora Rachel, sacudindo o cabelo azul.
    - Sim! – responderam os miúdos em coro.
    - Óptimo! Sempre quero ver essas notas... – disse a Rachel, piscando um olho à rapaziada. - Bom, podem ir embora.
    - A professora Rachel não é uma brasa? – exclamou o Henry, ao Eric, depois de saírem da sala de aula.
    - Bem, ela até que é porreira, e com aquele cabelo azul dá-lhe um ar mais fixe... – concordou o Eric.
    - Sim... e já viste os olhos dela? Também são azuis! – espantou-se o Henry, olhando embasbacado para a professora que se tinha sentado ao lado do irmão.
    - E está sempre vestida de azul! O azul deve ser a cor preferida dela... – acrescentou o Eric.
    - E o perfume dela? Cheira a uva. – apontou o Henry.
    - Não me digas que estás apaixonado pela professora Rachel Brown!... – surpreendeu-se o Eric.
    - Oh, Eric, não sejas parvo, o.k. Parece-me que ás vezes fazes papel de totó... Eu gosto dela como professora... nada mais!...
    - Pois, pois... – suspirou o Eric. - Olha, ela está sentada no colo do professor Patrick e a dar-lhe beijos e carícias!
    - Oh, não! – gritou o Henry.
    - Bem, parece-me que ela não está interessada em ti, Henry. És muito novo para ela... – abonou o Eric.
    - Pois, muito bem. Ela que fique com o professor Patrick e que seja muito feliz. – chorou o Henry. – Mas eu é que gosto dela de verdade; eu é que sou o homem da vida dela; o melhor marido que ela podia ter...
    - Cala-te, meu. Ás vezes quem parece que é totó és tu! Então, ela tem para aí uns vinte e dois anos e tu só tens treze, como é que ela podia um dia gostar de ti. Só quando cresceres... e mesmo assim... parece-me que ela gosta muito do professor de História. – opinou o Eric.
    - Pensava que eras meu amigo e irias apoiar-me, mas afinal... não prestas para nada; não és meu amigo, não gostas de mim... – chorou o Henry.
    - Não é nada disso, Henry...
    - É isso, aí. Se calhar também gostas dela e estás com ciúmes por ela gostar mais de mim do que de ti... – berrou o Henry.
    - Henry, isso não é verdade, meu. Eu só estava a pôr na tua cabeça dura, que ela não gosta de ti, ela está a curtir bué o prof. de História. É pró teu bem, pá, para não teres uma grande desilusão... o mundo é duro, Henry, acredita. Parece-te que é o fim do Mundo, mas não é; a vida continua e tu tens que vivê-la, vai aparecer outra mais bonita e que te vai amar imenso...
    - Ouve, nunca haverá mulher mais bonita que a professora Rachel e além do mais, a minha vida acabou, Eric, acabou. – disse o Henry.
    - Ouve, meu. Ainda vais passar por coisas mais chatas e difíceis de resolver; mais graves, mais devassadoras, mas não é por isso que vais deixar de viver, tens de seguir em frente, percebes? A vida continua, tens de ser forte. – tranquilizou o Eric.
    - Obrigado, Eric. Afinal, é um grande amigo meu e preocupas-te comigo. – chorou o Henry, comovido.
    E os dois amigos abraçaram-se com amizade.


    Passado uma semana...

    Receberam o teste de Físico Química e os resultados foram:
  • Henry – 88,5%
  • Eric – 77%
  • Andy – 100%
    Foi um bom começo para começar o dia. Todos com boas notas, que maravilha.
    Tiveram aula de Ciências, pois o horário tinha sido alterado pela professora Alice Kerrod.
    - Bom dia, meninos! – acenou o professor Ralph, com uma expressão triste.
    - Bom dia, senhor professor! – responderam alegremente em coro.
    Ao contrário do que era habitual, o professor Ralph nunca sorria e não mostrava a sua alegria e boa disposição, que entusiasmava os alunos a empenhar-se. E o mais estranho de tudo, foi as aulas serem mesmo aborrecidas.
    Os alunos, pela primeira vez na aula de Ciências, quiseram sair de lá e expor as suas cabeças ao ar livre. Estava um mau ambiente, lá isso estava. E isso estava a ser longe de mais, o professor Ralph aborrecido? Não, isso não podia estar a acontecer.
    No final das aulas, os alunos não paravam de comentar:
    - Mas o que é que se passa com o professor Ralph? Está muito estranho...
    - Deve ter dormido com os pés fora da cama...
    Na verdade, Ralph estava muito preocupado, pois a sua “princesa” nunca mais chegava dos Estados Unidos e não sabia exactamente o que estava a acontecer. Além do mais, estava previsto Alice chegar ontem à noite e a verdade é que ela ainda não tinha chegado.
    Depressa o boato se espalhou por toda a escola e toda a gente sabia da preocupação que agitava o Ralph, e o Mark também já estava a ficar aflito.
    - E eu que pensava que ela vinha ontem e ia podia dar-lhe hoje a notícia do meu noivado com a Caroline. – criticou o Mark.
    - Como podes pensar em casamento, nesta altura? A tua irmã ainda não voltou e já são quase oito horas da noite. Era suposto ela estar cá ontem às onze horas. – disse o Ralph, que estava visivelmente nervoso e preocupado.
    Os alunos mesmo não mostrando, não estavam nada preocupados com a professora Alice, por eles, ela podia ter sido queimada pela combustão do avião, mas tinham muita pena do professor Ralph, pois dava-lhes a impressão que ele era incapaz de viver sem ela. Amava-a demais. Que sorte a dela! E logo ela que não merecia amor de ninguém.
    - Porque é que não telefonas para a minha irmã? – questionou o Mark.
    - Já tentei, mas está desligado. – respondeu o Ralph, a choramingar.
    Era hora do jantar e Ralph não comeu uma única migalha.
    - Oh, mano, come lá qualquer coisa. – disse a Rachel. – Realmente, essa mulher deu-te voltas à cabeça!...
    - Ela não me deu voltas à cabeça... eu é que estou completamente apaixonado por ela. – respondeu o Ralph.
    Eram dez horas da noite e todos foram deitar-se à excepção do Ralph, que vagabundeava pelos corredores do colégio, como se tivesse a esperança de a encontrar.
    Começou a chover torrencialmente e ouvia-se os trovões a ressoar no céu.
    - Coitada, ela pode ficar toda molhada e um raio cair-lhe em cima como aconteceu com o Ivan... – chorou o Ralph.
    Eram três horas da manhã, e Ralph não arredou pé da porta de entrada do colégio e estava a começar a ficar desesperado, cheio de olheiras, de sono e começou a chorar, pensando no pior.
    Foi perante esse pedido de súplica, que alguém abriu a porta e esse alguém era a Alice Kerrod! Estava toda molhada e tiritar de frio.
    - Alice! – gritou de alegria, o Ralph, que a abraçou com muito amor como se já não a visse à anos.
    - Ralph, que estás aqui a fazer? Estiveste a chorar? – quis saber a Alice.
    - Sim, estive aqui de pé à espera de ti... Mas não era para vires anteontem às onze horas? – perguntou o Ralph.
    - Sim, mas o voo foi cancelado devido ao mau tempo e agora que cheguei do aeroporto começou logo a chover e a ressoar trovões... até parece que fui mal vinda. – comentou a Alice.
    - Não, meu amor, eu fico tão feliz por te ter aqui ao pé de mim... tentei ligar-te mas não consegui, estava desligado. – disse o Ralph.
    - Pois, ficou sem bateria, e depois quando era para carregá-lo é que me lembrei que não tinha trazido o carregador... – explicou a Alice.
    - Gostaste de estar nos Estados Unidos? – inquiriu o Ralph.
    - Sim, trouxe-te umas prendas...
    Ralph deu-lhe um beijo na boca muito apaixonado.
    - Que saudades, meu amor! – exclamou o Ralph, beijando-lhe o pescoço. – Ah, meu Deus! Estás toda molhada, princesa! Tens de te mudar, senão apanhas uma constipação.
    Ralph acompanhou a Alice até ao quarto e ajudou-a a despir-se.
    - Olha, trouxe-te esta camisa para ti e mais esta lingeri muito sexy para mim. – mostrou a Alice.
    - O que foste lá fazer? – quis saber o Ralph.
    - Descansar a cabeça, queria ficar sozinha por uns tempos. – respondeu a Alice.
    - Estás farta de mim? – questionou o Ralph, horrorizado.
    - Não, mas estou farta destes miúdos e deste colégio. – explicou a Alice. – Vou experimentar a lingeri.
    - Queres pôr-me louco, é isso? – perguntou o Ralph, maravilhado.
    - Sim. – respondeu a Alice, muito atrevida.
    Ralph beijou-a na boca e Alice vestiu a sua lingeri vermelha. Atirou o Ralph para cima da cama e foi-se despindo aos poucos e ao estar completamente nua deitou-se ao lado de Ralph e fizeram amor com muito mais fogo, pois há uma semana que não se viam.

    Acordaram, numa manhã de Sábado bem fresca, por sinal e foi com total admiração que Alice recebeu a notícia do casório do seu irmão com Caroline.
    - Quando vai ser o casamento? – inquiriu a Alice.
    - Amanhã. – respondeu a Caroline, muito feliz.
    - Então que sejam felizes para sempre. – felicitou a Alice.
    - Obrigado. – agradeceu o Mark.

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