domingo, janeiro 15, 2006

Capítulo 13

Aprisionados na cave

Pui-li levou Kate até à sala onde os caixões estavam. Quando os abriram, eles estavam vazios.
- Oh, não! Eles não estão aqui... – suspirou o Pui-li.
- Estamos aqui! – berraram os vampiros. – Queriam matar-nos?
- Não era suposto vocês estarem a dormir?! – espantou-se a Kate.
- Sim. – respondeu o Fernandino. – Mas um lindo pássaro negro informou-nos que vocês nos iriam atacar, por isso, acordamos.
Kate e Pui-li lembraram-se do pássaro. No princípio, não lhe fizeram caso, pois pensaram que os vampiros só voavam à noite.
- Mas como, se os vampiros só voam de noite? – interrogou a Kate.
- O pássaro ainda não era um formalmente um vampiro... – disse o Tadeu.
- Liliane! – suspirou o Pui-li.
Tadeu acenou com a cabeça.
- Onde está ela? O que é que lhe fizeram? – indagou o Pui-li.
Os vampiros riram-se às gargalhadas.
- Vocês não podem estragar a realização da Colheita. – zangou-se o Tadeu.
- Quando é a Colheita? – questionou o Pui-li.
- Posso dizer-vos, pois vocês irão morrer... – riu-se o Fernandino. – É no dia da nossa morte.
- 14 de Novembro! – exclamou o Pui-li.
- Exacto! – assentiu o Fernandino.
- E os meus colegas, onde estão? – quis saber o Pui-li.
- Estão com a Rosabel e serão a oferenda surpresa para o nosso Mestre. – respondeu o Fernandino.
- Quem é o vosso Mestre? – questionou o Pui-li.
- Isso já é querer saber de mais... mas posso adiantar que foi ele que nos matou e nos deu a vida eterna! – respondeu o Fernandino.
- Agora vão morrer! – disse o Tadeu.
Os vampiros começaram a deslocar-se para ao pé deles, mas eles estenderam os crucifixos.
Os vampiros ficaram um bocado assustados, mas isso não os impediu de se aproximarem.
Pui-li atirou água benta para os olhos de Tadeu, que ficou cego.
Pui-li preparava-se para lhe espetar uma estaca, mas Fernandino amarrou-o.
Kate atirou água benta para os braços de Fernandino, que largou o Pui-li. Este tentou libertar-se, mas Fernandino apanhou-o rapidamente, com os braços a fumegar e a cheirar a pele putrefacta.
Tadeu gemia de dor e apalpava tudo, para se conseguir orientar.
Kate tentou marcar-lhe a pele com o crucifixo, mas Fernandino apanhou-a.
- Tadeu, transforma-te num morcego. – ordenou o Fernandino.
Tadeu transformou-se num morcego e não teve problemas em ser cego, pois emitia ultra-sons que permitiam saber onde se encontravam os objectos.
Fernandino prendeu o Pui-li e a Kate numa jaula para prisioneiros, lá na cave.
A cave era escura e gelada. Tinha um cheiro fétido, a carne putrefacta. Ao lado deles, encontrava-se um corpo humano já em ossos e outro a decompor-se.
O cheiro era nauseabundo, mal se conseguia respirar.
- Como vamos sair daqui? Temos de salvar a Liliane. – enraiveceu-se o Pui-li.
- A sorte é que eu sou uma rapariga prevenida. – disse a Kate. – Já são muitos anos de experiência.
- O que trouxeste? – admirou-se o Pui-li.
Kate mostrou-lhe um gancho de cabelo.
- Isso?! – desiludiu-se o Pui-li. – Isso só funciona nos filmes...
- Tens a certeza? – Kate, parecia saber do que estava a falar.
- Também não custa tentar, pois não?
Kate sorriu. Passado meia hora, conseguiram abrir o portão.
- Boa! – espantou-se o Pui-li.
- Eu não disse?
Dirigiram-se lá para cima, com muita cautela e silêncio.
- O que vamos fazer com aqueles palermas, lá em baixo? – inquiriu o Tadeu.
- Vamos oferecê-los ao Mestre. – respondeu o Fernandino. – Seremos os maiores e os preferidos d’ Ele.
- Eu pensei que tu irias dizer-lhes o verdadeiro dia da Colheita... – pensou o Tadeu.
- Achas? Não sou assim tão estúpido! – disse o Fernandino.
- Se o mundo soubesse que a Colheita será amanhã à meia-noite... – pensou o Tadeu.
- Mas ainda bem, que ninguém sabe. – disse o Fernandino. – Não ia contar este segredo àqueles mortais anormais, pois não?
- Eles nem sequer sabem matar vampiros! – admirou-se o Tadeu.
Tadeu e Fernandino riram-se às gargalhadas.
- A Colheita é já amanhã, temos de fazer alguma coisa... – exclamou o Pui-li.

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