sábado, janeiro 14, 2006

Capítulo 24

O casamento de Mark e Caroline e o novo amor de Timothy

Mark estava muito entusiasmado com o seu casamento com Caroline Spears.
- Vamos lá preparar os preparativos do casamento. – anunciou a Bridget.
O casamento de Mark e Caroline realizou-se numa pequena capela ali perto.
Os padrinhos de casamento foram a Alice Kerrod e o Timothy Sawyer. Os alunos não foram convidados.
No fim do casamento, Caroline e Mark retornaram ao Colégio para um belo almoço.
Timothy estava visivelmente triste e não comia nem uma migalha que fosse. Saiu da mesa e foi para a sala dos professores, chorar. Catherine (a professora de Geografia), que sentia um grande afecto por Timothy foi ter com ele:
- Porque estás a chorar? Não me digas que é por causa da professora Caroline Spears!...
- É sim, eu amo-a muito. – chorou o Timothy.
- Não chores por quem não gosta de ti, Timothy... – começou a Catherine.
- Ninguém gosta de mim!... – suspirou o Timothy.
- Não é bem assim... olha à tua volta. A pessoa que mais te ama pode estar mesmo á frente do teu nariz!... – recomeçou a Catherine.
- Quem? Tu?! – espantou-se o Timothy.
- Bem... eu não disse isso, mas já agora... – disse a Catherine, envergonhada.
- Que queres dizer com «já agora»? – quis saber o Timothy.
- Timothy, custa-me dizer isto, mas... porque tu ainda és novo... tens tanto que aprender... tu, só tens vinte e três anos e eu quarenta e cinco... bem... aqui vai: EU AMO-TE, Timothy. – declarou a Catherine.
- A sério? – perguntou o Timothy, mais alegre.
- Sim. – corou a Catherine.
- Também te amo. – abonou o Timothy.
- O quê?! Mas não gostavas da Caroline?! – admirou-se a Catherine.
- A verdade é que eu estava a mentir para mim mesmo, tentei gostar de uma pessoa que não gostava porque pensei que uma mulher madura como tu, nunca iria gostar de um rapaz como eu. – explicou o Timothy.
Timothy e Catherine beijaram-se com paixão.
- Queres namorar comigo? – questionou o Timothy.
- Oh, és rápido! Mas claro que quero! – entusiasmou-se a Catherine.
Timothy e Catherine saíram da sala e o Timothy declarou:
- Atenção, atenção! Queria informar-vos que eu e a Catherine estamos a namorar!
- Oh! – exclamaram todos. Não estavam nada à espera daquela reacção repentina.
- E já agora, também tenho uma informação a fazer: eu e a Rachel iremos casar daqui a um mês. – anunciou o Patrick.
- O quê? – choramingou o Henry.
- Pensava que essa paixoneta pela prof. Rachel já tinha terminado, pá! Não chores, meu. – disse o Eric.
- Ele gosta da professora Rachel?! – espantou-se a Andy.
- Sim. – respondeu o Eric. – Já tentei mudar as coisas, mas...
- Bom, tenho de ir à biblioteca. Combinei ir ter com a Alanis lá à Biblioteca pesquisar umas coisas. – informou a Andy.
- Vai lá, vai... e que encontres o que precisas. – disse o Eric.
- Obrigada. – agradeceu a Andy.

- Muito obrigada, por me ajudares a carregar os dicionários. – agradeceu a professora de Francês, Nancy Clinton.
- Não tem de quê, professora Clinton. – contrapôs o Michael.
- Não me trates por professora Clinton, trata-me por Nancy. – pediu ela.
- Mas não tenho assim tanta confiança com a senhora ao ponto de lhe tratar por «tu»... aliás, a senhora é minha professora e eu sou seu aluno. – contradisse o Michael.
- Oh, mas eu tenho confiança em ti, e tu podes confiar em mim à vontade. Eu não como os meus alunos!... – riu-se a Nancy.
Michael também se riu e disse:
- Eu sei, professora.... – Nancy olhou-o de soslaio. – Nancy... – Nancy fez concordância com a cabeça. – Eu sei que a senhora... quer dizer... tu não fazes mal a ninguém, até és uma óptima professora e uma óptima pessoa.
- Obrigada, pelo elogio! – agradeceu a Nancy.
- De nada. – respondeu o Michael.
- Bom, tenho de me ir embora, tenho de imprimir umas fichas de verbos para o primeiro ano. – disse a Nancy.
- Se quiser, eu tiro as fotocópias. – ofereceu-se o Michael.
- Não, obrigada! – agradeceu a Nancy. – Vemo-nos amanhã, adeus!
- Adeus. – despediu-se o Michael.

- Olha só quem é que está babado pela professora Nancy! – espantou-se o Eric. – Quem diria, hã! O meu irmão, Michael!... onde este mundo vai parar, meu Deus!...
- Estamos numa onda de amor. – respondeu o Henry.
- E ainda estamos no Inverno, imagina quando será na Primavera, na “estação do amor”! – exclamou o Eric.
- O mundo inteiro vai estar completamente apaixonado! – previu o Henry.
- Mas que nojo! – exclamou o Eric.


- Alanis, onde estás? – perguntou a Andy, em surdina.
- Estou aqui. – respondeu a Alanis, igualmente em surdina.
- Já encontraste o livro que procurávamos? – quis saber a Andy.
- Não. Mas tu é que tens jeito para essas coisas... bem, mas ainda não percebi porque queres esse livro, eu nunca ouvi falar nele... – respondeu a Alanis.
- Foi uma amiga minha que me recomendou. – explicou a Andy. – E fiquei curiosa.
- E esse livro fala sobre o quê? – inquiriu a Alanis.
- Do alcance da mulher aos seus direitos humanos. – respondeu a Andy.
- Para que queres saber isso? – questionou a Alanis.
- Porque quero ser uma escritora feminista. Quero defender os direitos das mulheres... – respondeu a Andy.
Procuraram nas estantes, até que o encontraram:
- É este! – entusiasmou-se a Andy.
- “Não sou feminista, mas...[1]”! – espantou-se a Alanis.
Começaram a ler o livro e acharam graça à banda desenhada com umas piadas sérias.
- Eu acho bem que as mulheres se oponham em defender os seus direitos; afinal, nós também somos seres humanos... – opinou a Andy.
- Lá na Coreia do Norte, as mulheres é que fazem a lida doméstica, ou plantam chá ou arroz sem ganharem dinheiro nem para comprarem pão, enquanto o homem vai trabalhar fora... Eu nunca te disse, mas... eu quase que não conheço o meu pai, é tão raro vê-lo... às vezes fica vários meses fora de casa, vai para outros países fazer torneios de Kung Fu, onde não ganha quase dinheiro nenhum, e além disso, o meu pai trai a minha mãe. – desabafou a Alanis.
- A tua mãe, sabe? – perguntou a Andy.
- Sim. – respondeu a Alanis.
- E não faz nada? – inquiriu a Andy.
- O que pode ela fazer? – quis saber a Alanis.
- Podia traí-lo com outro...
- Estás parva, Andy. Ela não pode fazer isso, o meu pai mata-a à porrada e além disso, eu gosto do meu pai, não quero ter padrasto e muito menos, irmãos. – disse a Alanis.
- E porque vieste para Inglaterra? – questionou a Andy.
- O meu pai está a trabalhar cá e a minha mãe já arranjou emprego como empregada doméstica... não ganha muito, mas sempre ganha mais do que na Coreia. – explicou a Alanis.
- Falas muito bem Inglês! – exclamou a Andy.
- Obrigada, foi um bocado difícil, mas com muito esforço...
- Há quanto tempo estás cá? – perguntou a Andy.
- Há três anos. – respondeu a Alanis.
- Tu disseste-me que eras coreana e a tua mãe também e o teu pai é chinês, mas eu já reparei que o teu sobrenome é japonês... – observou a Andy.
- Sabes, é que os meus avôs, tanto paterno como materno eram japoneses. – explicou a Alanis.
- Ei, lá! Já são 22:30h. – disse a Andy.
- Temos que ir dormir. – disse a Alanis.
Dirigiram-se para a saída, mas a porta estava trancada.
Olharam para todos os lados, mas não viram ninguém, nem mesmo a bibliotecária.
- Já se deve ter ido embora, porque já passa muito da hora! – opinou a Andy.
- Vamos ter que passar aqui a noite! – suspirou a Alanis.
- Eu não sabia que deixavam a luz acesa e eu pensava que a bibliotecária dissesse que a biblioteca ia fechar...
- Se calhar até disse, só como nós de certeza não a ouvimos porque estávamos a conversar e ainda por cima estávamos num sítio muito escondido, e não te esqueças de que quando cá entramos, não estava cá ninguém e acho que a bibliotecária nem deu conta que entramos, pelo menos ela não deu conta que eu entrei. – disse a Alanis.
- Bom, vamos ter de passar aqui a noite e esperar que a biblioteca abra e possamos sair. – disse a Andy.
- Boa noite, Andy. – desejou a Alanis.
- Até amanhã, Alanis. – despediu-se a Andy.Deram um beijo de despedida e deitaram-se no chão, mas não conseguiam adormecer e começaram a conversar e a brincar uma com a outra e acabara pôr-se beijar apaixonadamente e adormeceram abraçadas uma à outra. Até pareciam a Charlotte Brontë e Ellen Nussey[2].
[1] Não Sou Feminista, mas... foi escrito por Sophie Grillet da colecção “Clube das Amigas” da editora Editorial Presença.
[2] Charlotte Brontë e Ellen Nussey eram amigas apaixonadas, que trocavam beijos e iam para a cama juntas, eram ignoradas pelos homens.

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