sábado, janeiro 14, 2006

Capítulo 8

A morte de Bill Porter


A próxima aula era a de Educação Física.
- Bom dia, meninos. – Vamos fazer um aquecimento. Correr sete voltas à pista. – disse o professor Mark Kerrod.
Os alunos correram e a Andy, querendo fazer-se de boa corredora, correu a toda a velocidade, mas o pior é que não reparou que Eric estava à sua frente e tropeçou nele e caíram, ficando o Eric por cima de Andy cara a cara.
Todos se riram e Eric e Andy levantaram-se envergonhados e tentaram desculpar-se.
- Vá, meninos, com esta interrupção, em vez de sete voltas vão ser catorze.
- Isso, é muito senhor professor... – queixou-se o gordo do Bill.
- Só por dizeres isso, vais correr vinte e uma voltas sem parar. – contrariou o professor Mark Kerrod.
- Vou morrer...
- Vinte e oito. – gritou o professor.
- Tenha piedade de mim..., por favor... – pediu o Bill, a chorar.
- Trinta e cinco. – berrou o professor. – Toca a correr, se abrires mais o bico dás quarenta e duas.
Bill, na segunda volta já não podia, começou a parar.
- Toca a correr, gordo. Se parares mais uma vez dás quarenta e nove. – gritou o professor.
Bill correu sem parar até a décima volta e quando ia para a décima primeira, caiu ao chão sem vida.
Os alunos correram até ele a gritar:
- Professor, ele morreu.
- Que pena! Não falasse e não fosse tão gordo. – contrariou o professor Mark. – Agora, vamos fazer salto em comprimento.
- Mas o Billy, morreu. Devíamos chamar a agência funerária. – disse o Charles.
- Depois da aula, fazem dele o que quiserem, se quiserem chamar a agência funerária chamem, se quiserem queimá-lo, queimam-no, atiram-no ao mar ou comem-no, eu não me importo... não quero saber desse gordo banhas, com muita celulite e colesterol.
- O professor é que o matou. – acusou a Andy.
- Não fui eu, foi a banha dele... ele mais parecia um borrego que uma pessoa.- Agora vamos fazer salto em comprimento..., depois vê-se o que fazemos com o corpo.
Os alunos fizeram salto em comprimento sem paciência nenhuma, estavam estafados e tristes pela morte do Bill.
Depois da aula de Educação Física, os alunos foram informar o director da escola.
- O quê?! O Bill morreu? – perguntou o director Benjamin Taylor.
- Sim. – respondeu o Henry, desesperado.
- Contem-me lá, como isso aconteceu? – quis saber o director.
- Estávamos na aula de Educação Física e o professor Mark Kerrod, mandou-nos correr catorze voltas e Bill queixou-se que eram muitas e o professor ordenou-lhe que seriam vinte uma voltas e Bill disse para ter piedade dele, mas o professor ordenou que fizesse 35 voltas e se abrisse mais a boca seriam quarenta e duas. Bill na segunda volta já não podia mais e começou a parar e o professor gritou: “49” e Bill correu muito bem até à décima volta, mas quando ia para décima primeira, ele não aguentou mais e morreu... – respondeu a Andy.
- Realmente, quarenta e nove voltas é demais..., ainda por cima ele era um rapaz obeso, com problemas cardíacos... – o director Taylor foi interrompido pelo professor Ralph Brown, que tinha acabado de entrar na sala dos professores.
- Que se passou?
- Foi um dos seus alunos, o Bill Porter..., ele morreu... – o director Ben, foi outra vez interrompido pelo professor Ralph.
- Como?
- Foi o professor Mark Kerrod que o matou..., veja só que o mandou correr quarenta e nove voltas sem parar e pois claro está, o Bill morreu... não aguentou mais que a décima volta... – explicou o director do colégio.
- Que horror... Que vamos fazer? – interrogou o professor Ralph Brown.
- Vamos informar os familiares e faremos um funeral digno onde todos os estudantes irão participar e nesse dia não haverá aulas... é o máximo que poderemos fazer. – disse o director do colégio.
- Mas não vai despedir o professor Mark Kerrod?! – questionou o professor Ralph.- Ele matou um aluno...
- E não só..., ele gozou com o Bill, chamando-o gordo, que parecia um borrego... e que não foi ele que o matou, mas sim a própria banha. – informou o Eric.
- Que horror! Director...
- Não posso fazer nada, professor Ralph. Não o posso despedir, porque assinei um contrato que não podia despedir nenhum professor até acabar o ano lectivo...
- Mas director, e se ele mata mais algum aluno...
- Faremos de tudo para que isso não aconteça...mas agora temo-nos que preocupar como informar a família. Vou pedir à Bridget que se encarregue de os informar.
- Estou preocupado com os alunos. Não quero que eles morram. – disse o professor Brown.
- Primeiro, faremos o funeral e logo veremos como resolveremos esse problema. – tentou tranquilizar, o director Benjamin.
- O senhor é que é o director..., você é que decide. – aceitou o professor Ralph.
Ainda bem, que concordou comigo, Sr. Brown...
- Sr. Ralph. – corrigiu o professor.
- Sr. Ralph, falarei com a directora dos Saviors, a professora Alice Kerrod...
- Disse Kerrod? Mas não é o mesmo sobrenome do professor assassino? – espantou-se o professor Ralph.
- Sim, são irmãos..., mas Alice é de confiança, é boa rapariga. – assegurou o director Ben.
- Também gostava de falar com ela. – disse o professor Brown.
Tocou a sineta para a aula de Matemática com a professora Alice Kerrod.
- Só se for na hora de almoço, porque Alice vai ter aulas com os Saviors.
- Assim seja. – disse o professor Ralph Brown.
- Olá, meninos, há muito tempo que não nos víamos... – cumprimentou a professora Alice Kerrod.- Quem fez os trabalhos de casa?
Nenhum levantou o dedo, só a Andy.
- Estou a ver que a Andy é a única responsável aqui. – disse a professora Alice Kerrod. – Andy vem fazer a correcção.
Andy foi ao quadro fazer a correcção.
- Muito bem! – elogiou a professora Alice Kerrod.- Vamos dar os critérios de divisibilidade por 2,3,5. Como se fazem essas divisões? Andy!
- Um número é divisível por 2 quando é par, ou seja, quando o algarismo das unidades é 0,2,4,6 ou 8.
Um número é divisível por 3 se a soma dos seus algarismos é múltiplo de 3.
Um número é divisível por 5 quando o algarismo das unidades é 0 ou 5.
- Muito bem, vamos fazer o exercício 1, 2 e 3. – disse a professora.
Como sempre, Andy foi fazer a correcção.
- Muito bem! Agora vamos dar número primo e número composto. Andy, quando é que um número é primo ou composto?
- Um número é primo quando só é divisível pela unidade e por ele próprio, como o número 11.
E um número composto é aquele que tem mais de dois divisores, como por exemplo o número 8.
- Muito bem! Agora vocês vão fazer o exercício 4 e o 5.
Andy foi corrigi-los...
- Muito bem! Agora vamos dar a decomposição em factores primos. Faremos a actividade 1, a 6 e a 7.
Andy foi corrigi-los...
- Muito bem! Agora vamos fazer todos os exercícios da página 17e 18.
- Andy foi corrigi-los...
Tocou a sineta.
- T.P.C, página 19... Hoje é a lição número 3 e 4.
Sumário: Correcção dos trabalhos de casa
Crivo de Eratóstenes
Critério de divisibilidade por 2,3 e 5
Exercícios 1,2 e 3 (página 12)
Número primo e composto
Exercícios 4 e 5 (página 13)
Decomposição em factores primos
Actividade 1 (página 14)
Exercícios 6 e 7 (página 15)
Exercícios da página 17 e 18.

Na hora de almoço, já toda a gente sabia da morte de Bill Porter.
- Que horror! 42 voltas...
- Mas só correu 10...
- Mas o professor exagerou...
- 10, já está bom, para quem é gordo...
- Morreu de cansaço ou de um ataque cardíaco?
As crianças falavam muito sobre a morte de Bill Porter, toda a escola ficou chocada. Para eles a morte de um aluno, era uma grande novidade.
Na mesa dos professores a cena era a mesma: falavam uns com os outros, debatiam, davam as suas opiniões, enfim para eles a morte de um aluno também era uma novidade.
- Alice, quero falar consigo. – informou o director.
- O.k. – aceitou a professora.
- Ralph, esta é que é a professora Alice Kerrod..., Alice este aqui, é o professor Ralph Brown.
- Muito prazer. – cumprimentaram-se os dois.
- O Ralph, também quer falar consigo, professora Kerrod. – anunciou o director Ben.
- Sobre o quê? – quis saber a professora Alice Kerrod.
- Sobre a morte de Bill Porter... é que o seu irmão é o culpado da morte dele. – respondeu o professor Brown.
- O meu irmão matou o Bill Porter? – interrogou a professora.
- Sim. – respondeu o director Benjamin.
- Mas como? Como fez isso? Ele não teria coragem. Quais foram as razões? – quis saber a professora Alice.
Nesse preciso instante, o professor Mark Kerrod, passava no corredor.
- Professor Mark, quero falar consigo. – anunciou o director Taylor.
- Se é sobre a morte do Bill, não quero falar sobre isso...
- Mas é sobre a morte do Bill. – disse o professor Ralph.
- Eu já disse, não matei o Bill. – desdisse o professor Kerrod.
- Eu quero acreditar em ti, irmão. – disse a professora Kerrod.
- Podes acreditar em mim..., agora vocês não acreditam porque não querem. – observou o professor Mark Kerrod.
- O senhor mandou-o correr 42 voltas sem parar, como é que acha que alguém conseguiria correr tantas voltas? Só se fosse sobrenatural! – disse o professor Ralph Brown.
- Estava só a gozar. Ele só ia correr 14 voltas como os outros. Nunca pensei que ele não conseguisse correr catorze voltas... ele morreu na décima volta! – defendeu-se o professor Mark.
- Muito bem, mas o senhor fez escarno do seu aluno, sabendo que ele estava morto, não tem vergonha? – perguntou o professor Ralph.
- Estava nervoso. – respondeu o professo Kerrod.
- Já informamos a morte do Bill aos seus familiares. Eles choraram muito; e querem que o senhor vá preso. – informou o director Benjamin Taylor.
- Mas não o matei, foi sem querer. – defendeu-se o professor Mark Kerrod.
- Vamos fazer uma autópsia e logo veremos como ele morreu. – disse o professor Ralph.
- Mas não o matei de propósito, sinto-me tão mal! – chorou o professor Mark.
- Eu sei, professor Mark. – disse o director Ben Taylor.
- Eu também acho que o meu irmão não matou o aluno, ele jamais seria capaz de fazer uma coisa dessas. – observou a professor Alice.
- Espero bem que a senhora tenha razão. – disse o professor Brown.
- Menina. – corrigiu a professora Kerrod.
- Menina. – entoou o professor Ralph Brown.
- Acho que já estamos conversados por agora... vamos comer. – achou o director Benjamin.
- Também acho. Estou cheia de fome. – concordou a professora Kerrod.
- Também eu. – admitiu o professor Ralph.
O professor Ralph e a professora Alice trocam olhares.
- Quando vai ser o funeral? – quis saber a professora Alice Kerrod.
- Amanhã à noite. – respondeu o professor Ralph Brown, com um sorriso maroto.
A professora Alice Kerrod e o professor Ralph Brown, estavam muito próximos. Quem não gostou da aproximação foi o professor Mark Kerrod e o director Benjamin Taylor.
Mas Alice e Ralph, estavam tão entretidos um com o outro que andavam alheios a tudo, pareciam que eram os dois os mais importantes na vida de um e do outro.

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