domingo, janeiro 15, 2006

Capítulo 12

Em busca de ajuda

Pui-li correu num desafio contra o tempo. Mas primeiro tinha de comer algo para retomar energias.
Parou num bar ali perto e pediu um café com leite e uma sandwich de queijo.
A televisão do café estava ligada no Telejornal e apareceram notícias dos casos vampíricos.
Um rapaz ao lado do Pui-li estava a ler a publicidade num jornal, pois queria comprar uma mota a um preço acessível. Pui-li reparou num anúncio:

KATE ANGÉLICA WISEL LEVI

Curandeira e especialista no combate aos vampiros!


Se quer ver-se livre de um demónio ou de um vampiro, contacte com a curandeira Kate Angélica Wisel Levi.
Telefone: (332) 224714 Telemóvel: 73445729012
Morada: Rua de Vlad, 1313, Transilvânia, Roménia.

Pui-li tomou nota dos números e da morada e contactou com a curandeira. Depressa, Pui-li deu com a casa.
Era totalmente diferente das outras: era escura e sombria como o castelo. As portas eram altas e não tinha campainha. Tinha de bater à porta por um puxador em forma de gárgula.
Kate abriu a porta. Pui-li entrou. Havia um jardim mal cuidado.
O ambiente em casa era acolhedor. Era quente e a única coisa que iluminava a sala eram as velas aromáticas. Dezenas de velas de várias cores, feitios, tamanhos e de várias fragrâncias.
- A que propósito, o senhor veio contactar comigo? – questionou a Kate.
- Uma amiga minha foi mordida por um vampiro e só tenho até às oito horas da noite para impedir que ela se torne numa vampira. – respondeu o Pui-li.
- E quer que eu lhe dê os princípios básicos como se mata um vampiro, certo? – perguntou a Kate.
- Exacto. – assentiu o Pui-li. – Por favor, ajude-me!
- A tumba de um vampiro pode ser identificada por buracos em torno do sepulcro bastante grandes para que uma serpente possa passar por eles. Para impedir que o vampiro saia de sua sepultura, esses buracos devem ser enchidos com água. Os espinhos das rosas selvagens são garantidos para manter vampiros à distância. Sementes de papoila são espalhadas no caminho do cemitério para a cidade porque os vampiros são contadores compulsivos e não conseguem deixar de querer catá-las. Essa prática pode impedir o vampiro de chegar à aldeia antes do raiar do dia, hora em que ele deve voltar ao seu caixão.
O modo definitivo de destruir um vampiro é dirigir ao seu coração uma estaca que deve atravessá-lo, ou ao seu umbigo, enquanto é dia claro e o vampiro precisa de repousar no caixão. A estaca deve ser feita de oliveira ou de álamo. Em algumas regiões da Transilvânia, barras de ferro de preferência aquecidas ao rubro - são usadas. Como garantia adicional, o corpo do vampiro é queimado. Ás vezes um abeto é enterrado no corpo do vampiro para mantê-lo na sua sepultura. Uma derivação disso é o pé de abeto como ornamento, encontrado hoje sobre os túmulos na Roménia.
Muitos romenos acreditam que a vida após a morte será bastante parecida com a vida na Terra. Como não há muita fé num mundo puramente espiritual, parece razoável que após a morte o vampiro possa andar pela Terra do mesmo modo que uma pessoa viva. Os mortos ambulantes não são sempre vampiros, no entanto. De facto, o termo romeno para morto-vivo, moroi, é mais comum do que o termo para vampiro ou sugador de sangue, strigoi, mas ambos são mortos do mesmo modo. Os strigois são literalmente pássaros demoníacos da noite; eles só voam após o pôr-do-sol, comem carne humana e bebem sangue.
A crença em mortos ambulantes e vampiros bebedores de sangue talvez nunca desapareça. Foi só no século passado 1823, que a Inglaterra pôs fora da lei a prática de enterrar estacas no coração dos suicidas. Hoje é na Transilvânia que a lenda dos vampiros tem seu apelo mais forte. – explicou a Kate.
- Então, já estou demasiado atrasado... – suspirou o Pui-li. – Já são três da tarde...
- Então do que está à espera? Despache-se! – repreendeu a Kate.
- Vai ajudar-me? – interrogou o Pui-li.
- Claro, este é o meu trabalho. – anuiu a Kate.
- Obrigado, muito obrigado! – agradeceu o Pui-li. – Não sei como lhe agradecer...
- Mas para eu fazer o trabalho, vai ter de pagar-me. – disse a Kate.
- Claro. Quanto é? – questionou o Pui-li.
- 500 leus. – respondeu a Kate.
- Tanto! – exclamou o Pui-li.
- Ou isso, ou não terá a minha ajuda. – disse a Kate.
- O.k. – aceitou o Pui-li, pagando-lhe.
- Vamos ter de ir primeiro ao cemitério. – disse a Kate.
- Mas a Liliane está em perigo de se tornar vampira... – tentou fazer ver, o Pui-li.
- Se nós matarmos os vampiros que lhe morderam, ela deixa de ser vampira. – informou a Kate.
Foram ao cemitério e Pui-li indicou as campas dos vampiros.
- Sim, estão aqui buracos. – observou a Kate. – Passa-me a água.
Kate encheu os buracos com água e espalhou sementes de papoila no cemitério até à cidade. Pegou em rosas bravas e deu uma ao Pui-li.
- Agora vamos ao local onde eles estão! – disse a Kate.
Um pássaro negro pousou na cruz da sepultura. Era preto e o bico estava manchado de sangue. Nem Kate, nem Pui-li fizeram caso dele.
Pui-li levou a Kate para o Castelo do Conde Drácula.
- Eles estão aqui?! – espantou-se a Kate.
- Sim. – assentiu o Pui-li.
- Então, vamos. – decidiu a Kate.
Começaram a subir o íngreme caminho e ainda para mais começou uma tempestade.
A chuva caía a cântaros e os raios e trovões ressoavam ao longe.
Chegaram lá acima, completamente encharcados e cheios de frio.
- Toma a água benta, os alhos, o crucifixo e a estaca de ramo de oliveira. – disse a Kate. – Vais ser tu, a matar os vampiros.
- Claro. A amiga é minha. – concordou o Pui-li.
- Sabes para que serve cada um dos utensílios, não sabes? – perguntou a Kate.
- Sei, sim. – respondeu o Pui-li. – Os crucifixos, a rosa e os alhos são para os permanecer longe de mim e a água benta serve para lhes queimar a pele.
- Muito bem! – exclamou a Kate. – Vamos, quanto mais rápidos formos, melhor!

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